Após usar a pandemia como pretexto para fechar o Sindicato Nacional dos Professores e prender ativistas, o governo da Jordânia reage com violência a qualquer tentativa de protesto. A denúncia, desta quinta (27), é da organização HRW (Human Rights Watch).
No dia 25 de julho, a polícia invadiu e fechou a sede do sindicato na capital, Amã, e em mais 11 filiais em todo o país. A acusação é de “reunião ilegal” e “incitação ao ódio”, apontou a HRW.
Os soldados ainda prenderam 13 membros do conselho. Eles foram liberados no último domingo (23), um mês após a prisão. Outros líderes seguem detidos.
“O governo jordaniano está explorando o estado de emergência para reprimir a indignação pública pelo fechamento arbitrário do Sindicato dos Professores”, disse Michael Page, vice-diretor do Oriente Médio da Human Rights Watch.
Manifestantes relatam que estão sendo abordados e agredidos por policiais à paisana em diversas cidades do país. No dia 4, militares não-fardados espancaram um grupo de ativistas no dia 4, na cidade de Karak, próxima a fronteira com Israel.
Outra manifestante de Irbid, no norte do país, denunciou que um policial com roupas civis teria solicitado o seu celular após protestos no dia 9. “Ele abriu meu telefone, olhou minhas fotos, apagou duas ou três que tirei no protesto e foi embora”, disse ela.
Também há registro de restrição nas redes sociais entre o final de julho e início de agosto, momento de maior alta nos protestos, informou o grupo NetBlocks.
Além dos manifestantes, os policiais também agridem jornalistas na cobertura dos protestos. O HRW afirmou que dois repórteres foram espancados durante as manifestações contrárias ao fechamento dos sindicatos dos professores, no dia 9.
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