A Alemanha e a França estão liderando um movimento por mais poderes e maior financiamento à OMS (Organização Mundial da Saúde), reportou a Reuters na quarta (19).
Em carta, Berlim e Paris apontam que a atuação da OMS na prevenção e combate a surtos virológicos não teve apoio suficiente durante a pandemia da Covid-19.
França e Alemanha também afirmam que buscam o consenso “de Washington a Beijing”.
“O orçamento geral da OMS, com cerca de US$ 5 bilhões por biênio, equivale ao financiamento de um hospital sub-regional”, disse o documento conjunto.
Hoje, apenas um quinto do orçamento da OMS vem dos recursos dos Estados-membros. O restante depende de contribuições voluntárias.
De acordo com a Reuters, o documento circulou entre diplomatas na segunda semana de agosto. A ideia é levantar a questão durante o encontro anual da ONU, a Assembleia-Geral, que acontece em setembro.
Crítica sem isolamento
O documento expõe o interesse dos dois países em reformar a OMS para fortalecê-la. A intenção é diferente da dos Estados Unidos, que cortou o financiamento e anunciou a sua retirada em julho. Também acusou o diretor, Tedros Adhanom, de ser um “fantoche da China”.
Ainda que França e Alemanha tenham prometido novos fundos à OMS, elas não escondem suas críticas. A ideia dos países europeus é que a organização tenha mais independência.
Se os países-membros não honrarem as regras globais de transparência na notificação de doenças, por exemplo, deverão receber sanções, como é o caso da China, disse a Reuters.
Além disso, os especialistas da OMS deveriam ser capazes de investigar e avaliar potenciais surtos antes que eles aconteçam.
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