Três anos após o êxodo forçado de 700 mil pessoas da etnia rohingya de Mianmar, durante operação de limpeza étnica por parte do Estado, essas pessoas estão “mais vulneráveis que nunca”, informou a ONU (Organização das Nações Unidas) nessa terça (25).
A população, que migrou em massa para o vizinho Bangladesh em 2017, está em situação de extrema pobreza e depende de assistência humanitária para sobreviver.
Os alimentos nos acampamentos de refugiados desapareceram durante a pandemia de Covid-19. Com a interrupção das cadeias de abastecimento, os preços aumentaram e o acesso, por consequência, diminuiu.
Além da assistência do WFP (Programa Mundial de Alimentos, em inglês), não há o que comer, informou a porta-voz da organização, Elisabeth Byrs.
A possibilidade de contágio pelo vírus também preocupa. Se houver um surto nos campos de refugiados, o resultado pode ser devastador, diz Byrs.
O maior risco é no campo de refugiados em Cox’s Bazar, no sul de Bangladesh, mais superlotado do mundo. Centenas de milhares de pessoas vivem em 13 quilômetros quadrados – e implementar medidas de distanciamento social é quase impossível.
Consequências
Fenômenos climáticos como as fortes chuvas de monções também pioram a situação já dramática desses refugiados. As águas já destruíram abrigos e levaram plantações na região, deixando 100 mil pessoas afetadas.
Desde o início do ano, mais de 300 mil crianças e adolescentes estão fora das escolas, alertou a Unicef.
O êxodo forçado da população rohingya aumentou em agosto de 2017, após série de ataques contra a minoria muçulmana, que vivia em território birmanês há séculos.
Há relatos de que grupos violentos de Mianmar realizavam práticas de limpeza étnica. O governo birmanês já havia removido a cidadania dessa população e estima-se que mais de 700 mil tenham migrado a Bangladesh naquele ano.
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