Um propagandista russo convocou ataques terroristas contra o Ocidente em virtude de seu apoio à Ucrânia na guerra contra Moscou. Os comentários do analista, feitos durante um debate televisionado, foram traduzidos e compartilhados no Twitter pela jornalista Julia Davis, como mostrou reportagem da revista Newsweek.
Durante a mesa redonda na TV estatal, especialistas russos discutiam sobre como impedir o Ocidente de continuar o apoio a Kiev. Um propôs atos terroristas, outro sugeriu ataques nucleares.
A favor do terrorismo, Igor Shishkin, diretor do Instituto dos Países da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), declarou que “sangue deveria ser derramado nas ruas da França e da Alemanha” devido à ajuda militar dada a Kiev.
Uma das declarações feitas por ele foi a de que, para se vingar de Paris pelo suporte dado aos ucranianos, citando que “[o presidente francês Emmanuel] Macron anunciou que dez batalhões receberão armas para matar russos”, a Rússia deveria encontrar alguns “combatentes na França que desejam transformar a Catedral de Notre Dame em uma mesquita”.
Países ocidentais, incluindo os EUA, forneceram bilhões de dólares em ajuda e armas à Ucrânia para conter a invasão russa iniciada por ordem de Vladimir Putin em 2022. A ajuda militar ocidental foi fundamental para que as forças ucranianas mudassem o rumo da guerra, lançando contra-ofensivas e recuperando territórios ocupados, frustrando os ganhos russos.
O apoio ocidental à Ucrânia foi criticado por Moscou, alegando que o fornecimento de armas poderosas ultrapassa os limites. As autoridades russas expressaram preocupação, especialmente com armamentos que permitem ataques por trás das linhas russas. Essa assistência gerou ameaças por parte de líderes e analistas russos.
Shishkin fez críticas ao Ocidente por fornecer armas poderosas adicionais à Ucrânia, acusando-o de se tornar mais “audacioso” devido à falta de retaliação por parte da Rússia.
“As relações internacionais são a lei da selva. Poder e medo são as únicas coisas que funcionam. Eles não vão parar até sentirem medo. Portanto, existem duas opções”, disse ele. “Ou uma conclusão vitoriosa da operação militar especial. Mas se isso não for possível agora por algum motivo, então eles terão que começar a sofrer perdas agora.”
Shishkin afirmou que tais ataques devem ser realizados através de intermediários, insinuando que um “combatente contra o colonialismo” poderia executá-los em nome de Moscou, sem mencionar nenhuma organização terrorista em particular.
Essa declaração recebeu críticas apenas de um analista, Dmitry Lekuh, que, ao contrário, propôs que a Rússia deveria retaliar através de ataques nucleares contra o Ocidente como uma forma alternativa de retribuição.
O propagandista também mencionou o uso de armas nucleares.
“Se nos envolvermos nesses atos, não estaremos atingindo as elites. Se nos tornarmos um país terrorista, seria ruim para nós e não para eles. Se de repente nos sentirmos como um país terrorista, prefiro bater em Londres com uma bomba nuclear”, disse ele.
E continuou: “Leia as notícias, até mesmo a grande mídia relata que uma parte significativa das armas enviadas para a Ucrânia acaba nas mãos de terroristas”.
Apresentadores de TV estatais russos têm feito ameaças e incitado à violência contra o Ocidente durante a guerra. Essa retórica, frequentemente mais intensa do que a das autoridades russas, reflete a postura do Kremlin, que tem reprimido a dissidência durante o conflito.
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