A incerteza gerada pela pandemia e a crise no setor de transportes estão elevando os custos do comércio internacional de bens e serviços. A análise está no novo relatório da OMC (Organização Mundial do Comércio), publicado no dia 13.
A estimativa é que entre 15% e 31% dos custos de bens e serviços sejam baseados nos gastos com transportes. Assim, enquanto as restrições de viagem permanecerem em vigor, os custos devem se acentuar, aponta o relatório.
Além disso, a instabilidade também reduz o apetite das empresas em investir em novas relações comerciais.
Os mais prejudicados são os países emergentes e em desenvolvimento, que têm seus custos de manufatura quase que dependentes do bom desempenho dos transportes de carga.
Em todo o mundo, o transporte aéreo é o mais prejudicado – o setor encolheu 24,6% apenas em março de 2020. No transporte aéreo de passageiros, que representa metade do volume mundial das cargas aéreas, o rombo foi ainda maior: só na América Latina, a aviação reduziu 99%.
Mesmo nos transportes marítimo e terrestre, que mantiveram atividades durante o período, os atrasos recorrentes também acrescentam valor aos produtos comercializáveis.
Mudanças de hábito
O relatório também chama a atenção para as mudanças de hábito de consumo em decorrência da pandemia – não tão significativas quanto o esperado.
Tanto medidas de restrição quanto a simplificações regulatórias em importações e tarifas, em alguns países, afetam apenas um pequeno subconjunto de produtos, informou o estudo.
Os serviços que demandam uma maior proximidade física como o turismo, transporte de passageiros ou serviços, foram os mais impactados, e a sua recuperação deve ser a mais longa.
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