Os cinco países que relutam em restabelecer sanções contra o Irã por violação do acordo nuclear de 2015 vão se sentar com os aiatolás em 1 de setembro, na capital austríaca, Viena, para tentar paralisar o desenvolvimento de armas nucleares por Teerã.
A reunião foi anunciada na última sexta (21), informou a Associated Press. Participam Reino Unido, China, Rússia, França e Alemanha.
Os países temem que um endurecimento por parte dos membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) leve o Irã a deixar de cooperar com qualquer esforço de desnuclearização.
As cinco nações, permanentes no Conselho, se opõem ao pedido dos EUA de retomar as sanções de forma unilateral e irrestrita contra o país. Mesmo aliados históricos dos EUA, como o Reino Unido, se opõem à medida.
Meandros do acordo
A resolução 2231 da ONU rege o acordo nuclear de 2015. O ex-presidente norte-americano Barack Obama foi o responsável por uma cooperação para que os iranianos não invistam em armas nucleares.
O então candidato Donald Trump afirmava em campanha que o acordo era “estúpido”. Eleito, o republicano prometeu e cumpriu retirar seu país da tratativa. Em 2018, os EUA deixaram o JCPOA (Plano de Ação Conjunto e Abrangente).
Na última semana, Washington passou a militar pela reintrodução das sanções da ONU sob Teerã. Como anteparo legal, usa um acordo do qual saiu há dois anos.
Ao secretário-geral da ONU, António Guterres, o secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo afirmou que é “direito legal” de Washington pleitear o retorno das sanções – cláusula chamada de snapback – já que fizeram parte do acordo de cinco anos atrás.
O enviado especial Ian Hook afirmou que “os EUA não precisam da autorização de ninguém”. Já Pompeo afirmou que “quem se opõe à medida” dos EUA de contenção nuclear do Irã “está se associando aos aiatolás”.
No twitter, o vice-embaixador da Rússia na ONU, Dmitry Polyansky, devolveu a gentileza. “Parece que existem dois planetas. Um cão-come-cão onde os EUA fingem que fazem o que querem sem ‘persuadir’ ninguém, violam e deixam acordos mas ainda se beneficiam deles. Outro, onde vive o resto do mundo, onde lei internacional e diplomacia reinam”.
O embaixador indonésio da ONU, Dian Djani, que no momento preside o Conselho, consultou individualmente todos membros.
Todos, com exceção da República Dominicana, afiram que os EUA perderam o direito de realizar um pedido do tipo no momento em que deixaram, de livre vontade, o acordo assinado por Obama.
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