Um grupo multipartidário do Parlamento britânico ameaçou nesta sexta (21) processar o primeiro-ministro Boris Johnson. A medida será tomada caso ele não inicie uma investigação sobre a interferência russa no plebiscito do Brexit, em 2016.
Os parlamentares alegam violação da Convenção europeia de Direitos Humanos, , informou o jornal “The Guardian“. Com a intromissão, a consulta perde sua validade como eleição livre. O governo tem duas semanas para responder.
Para Caroline Lucas, do Partido Verde, “os processos democráticos estão claramente em risco”. A parlamentar classificou a resposta de Downing Street, o gabinete do premiê, como “complacente e negligente”.
“Não podemos permitir que o governo se esquive [da evidência de interferência de Moscou] porque os cofres dos Tories [o partido Conservador] estão cheios de dinheiro russo”, afirmou Lucas.
O relatório do Parlamento veio à público em julho. O material disseca participação russa em campanhas que incentivavam a saída do Reino Unido da UE (União Europeia).
Elaborado em 2019, o material permaneceu em segredo a pedido do governo do Partido Conservador, por conta do período eleitoral.
De acordo com o comitê responsável pelo relatório, Johnson ignorou evidências da intromissão russa na consulta do Brexit. Sua antecessora, a também Tory Theresa May, também não agiu diante das provas de que os russos impulsionaram a saída britânica da União.
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