O governo de Chipre, ilha no Mediterrâneo que faz parte da UE (União Europeia), concedeu passaporte a pessoas investigadas e condenadas em seus países de origem em um programa de vistos mediante investimento. A informação, desta segunda (24), é da Al-Jazeera.
No caso cipriota, era preciso investir US$ 2,5 milhões para receber o passaporte e não ter antecedentes criminais. Os documentos foram liberados entre 2017 e 2019 pelo governo em Nicósia.
Os dados eram fornecidos pelos próprios interessados. Ao que tudo indica, diz a Al-Jazeera, Nicósia tinha um sistema pouco eficiente de checagem dos materiais que eram enviados por esses “investidores”.
O maior número de solicitações de passaporte vinha de cidadãos da Rússia, da China e da Ucrânia. Também há afegãos, venezuelanos, norte-americanos, britânicos, vietnamitas e sauditas na lista a qual a emissora do Catar teve acesso.
Entre os agraciados estão políticos de diversos países, um membro da família Bin Laden, o irmão de um ex-premiê libanês, um homem sancionado pelos EUA após roubar US$ 100 milhões em criptomoedas e membros dos Conselhos de estatais, como a russa Gazprom.
O ucraniano Mykola Zlochevsky, dono da gigante Burisma, do setor de energia, comprou a cidadania durante investigação por corrupção em Kiev.
A União Europeia fez reiteradas críticas ao programa desde sua criação, em 2013, e chegou a pedir que fosse interrompido. O sistema de concessão de vistos é comum na Europa e usado como fonte de renda empaíses como Irlanda, Portugal, Espanha e Grécia. Para Chipre, o recurso rendeu US$ 8 bilhões em seis anos.
O país barrou processos de pessoas sob investigação ou sob sanções internacionais em maio de 2019. Em comunicado, informou que está investigando as informações e que vem fazendo mudanças no sistema de triagem de possíveis cidadãos.
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