A China pagou cerca de metade das importações vindas da Rússia em euros no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados do Banco Central da russo, analisados pela Bloomberg e divulgados no último dia 12.
A meta do governo de Vladimir Putin é diminuir a dependência da moeda norte-americana. A Rosneft, uma das maiores empresas do setor de petróleo no país, desde o ano passado negocia seus contratos em euro.
A troca de dólar para euro pela petroleira teria sido o principal catalisador da mudança no perfil da receita de exportação da Rússia, segundo um analista da agência de qualificação de risco Fitch que falou com a Bloomberg.
Para o analista, porém, a Rússia não fará uma transição completa rumo à “desdolarização”. O uso do dólar ainda seria a forma mais simples de fechar negócios com o exterior, afirmou.
Já a UE (União Europeia) pagou 43% daquilo que comprou dos russos em sua própria moeda, também nos três primeiros meses deste ano. O avanço foi de cinco pontos percentuais ante o último trimestre de 2019.
Com a Índia, cresceu o volume de transações na moeda russa, o rublo. Em 2019, as exportações negociadas em rublos chegaram a 15% do total de bens e serviços vendidos a outros países.
O movimento russo ainda representa um impacto muito limitado no total de transações de comércio exterior na moeda norte-americana.
Segundo o BIS (Banco de Compensações Internacionais), o dólar ainda é usado em 88,3% dos casos. Os dados são de 2019.
A maior parte das reservas internacionais, espécie de colchão cambial dos países que permite efetuar trocas com o exterior, está em dólar – o percentual chega a 60%.
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