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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

No Facebook, grupo crítico ao rei da Tailândia é recriado e reúne um milhão

Mais de 1,1 milhão de usuários já retornaram ao novo grupo do Facebook de críticas à monarquia da Tailândia depois que a governo ordenou o bloqueio do antecessor, na segunda-feira (24).

A rede social bloqueou o grupo “Royalist Marketplace” (Mercado da Realeza, em tradução livre) após uma ação legal.

Na página, estudantes organizavam protestos pelas restrições aos poderes monárquicos do rei Maha Vajiralongkorn. Em 2016, o monarca implantou uma nova Constituição com inúmeros limitadores à democracia do país.

Grupo de críticas a rei da Tailândia é recriado e volta a ter 1 milhão de membros
Protestos em Bangkok, capital da Tailândia, em dezembro de 2013 (Foto: Flickr/Anton Strogonoff)

Pouco antes da restrição, o criador do grupo, Pavin Chachavalpongpun, abriu um novo espaço com um nome semelhante. Em pouco mais de 24 horas, mais de um milhão de usuários solicitaram inclusão na página.

“Se você quiser fechá-lo novamente, vou criar outro grupo. Para promover a liberdade de expressão, eu faria isso”, disse Pavin à Reuters.

Pavin se autoexilou no Japão e é o principal encorajador das discussões que ocasionaram os recentes protestos que pedem por reformas à monarquia tailandesa. As manifestações começaram no dia 16 e já são consideradas as maiores desde o golpe de 2014.

O Facebook afirmou que foi obrigado a obedecer, mas contestará a decisão na Justiça.

Na Tailândia, uma norma proíbe “difamação” contra o rei, com pena de até 15 anos de prisão – no país, a monarquia sempre teve aura quase intocável, pairando acima de crises políticas e das dezenas de golpes militares.

O governo, no entanto, afirmou que o Facebook corre o risco de violar a Lei de Crimes da Internet por não agir de acordo com as ordens judiciais.

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