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domingo, 23 de agosto de 2020

Na Turquia, empresas de sírios sofreram os maiores impactos da pandemia

Ainda que grande parte das empresas da Turquia tenha sido muito prejudicada pela pandemia de Covid-19, nada se compara aos estragos nos negócios dos sírios que vivem no país.

Os dados estão no relatório ‘Business for Goals Platform’, construído pelo governo turco e o Programa das Nações Unidas de Desenvolvimento (Pnud) e publicado no dia 10.

De acordo com o estudo, nenhuma empresa síria relatou “impacto zero” por pandemia. Entre as empresas turcas, sete em cada dez não relatou impactos pela crise em 2020.

Na Turquia, todas as empresas de sírios foram impactadas com pandemia
Cadeiras vazias no comércio de Istambul, capital da Turquia (Foto: Flickr/Gabriel Garcia Marengo)

Como consequência, 38% dos empresários sírios instalados na Turquia tiveram de parar as suas atividades ainda em maio – e não retornaram desde então. Nas empresas turcas, 30% congelaram as atividades.

A perda de renda significou um forte baque para 81% dos empreendedores sírios. Nas microempresas turcas, mais da metade relata não estar preparada para um segundo surto do vírus. Entre os empresários sírios, o número cresce para 78%.

Desde 2014, o país acolheu a maior população de refugiados do mundo: quatro milhões estão registrados no país. Desses, ao menos 3,57 milhões são deslocados da Síria.

Com a pandemia, a vulnerabilidade entre essa população se agravou ainda mais, apontou o relatório. A falta de renda, de poupança e com aumento das despesas mais altas preocupam os refugiados do país.

Na Turquia, todas as empresas de sírios foram impactadas com pandemia
Mercado público em Istambul, capital da Turquia, em imagem de junho de 2014 (Foto: Creative Commons/Niek Verlaan)

Preocupações crescentes

O pessimismo aumentou desde o início da pandemia: em maio, 48% acreditavam que a crise se estenderá em 2021. No mês de março, essa era uma percepção de apenas 11% dos entrevistados.

O estudo também aponta que 68% dos empresários entrevistadas acredita que seus setores irão mudar muito após o controle do vírus – sobretudo entre os pequenos e microempreedores.

Além da pesquisa, as empresas de menor porte afirmaram estarem passando dificuldade com a interrupção de cadeias de abastecimento, problemas para fazer pagamentos e capital de giro insuficiente, o que desmotiva a continuação do negócio.

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