Ainda que grande parte das empresas da Turquia tenha sido muito prejudicada pela pandemia de Covid-19, nada se compara aos estragos nos negócios dos sírios que vivem no país.
Os dados estão no relatório ‘Business for Goals Platform’, construído pelo governo turco e o Programa das Nações Unidas de Desenvolvimento (Pnud) e publicado no dia 10.
De acordo com o estudo, nenhuma empresa síria relatou “impacto zero” por pandemia. Entre as empresas turcas, sete em cada dez não relatou impactos pela crise em 2020.
Como consequência, 38% dos empresários sírios instalados na Turquia tiveram de parar as suas atividades ainda em maio – e não retornaram desde então. Nas empresas turcas, 30% congelaram as atividades.
A perda de renda significou um forte baque para 81% dos empreendedores sírios. Nas microempresas turcas, mais da metade relata não estar preparada para um segundo surto do vírus. Entre os empresários sírios, o número cresce para 78%.
Desde 2014, o país acolheu a maior população de refugiados do mundo: quatro milhões estão registrados no país. Desses, ao menos 3,57 milhões são deslocados da Síria.
Com a pandemia, a vulnerabilidade entre essa população se agravou ainda mais, apontou o relatório. A falta de renda, de poupança e com aumento das despesas mais altas preocupam os refugiados do país.
Preocupações crescentes
O pessimismo aumentou desde o início da pandemia: em maio, 48% acreditavam que a crise se estenderá em 2021. No mês de março, essa era uma percepção de apenas 11% dos entrevistados.
O estudo também aponta que 68% dos empresários entrevistadas acredita que seus setores irão mudar muito após o controle do vírus – sobretudo entre os pequenos e microempreedores.
Além da pesquisa, as empresas de menor porte afirmaram estarem passando dificuldade com a interrupção de cadeias de abastecimento, problemas para fazer pagamentos e capital de giro insuficiente, o que desmotiva a continuação do negócio.
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