Depois de mais de 40 dias de protestos em massa, o primeiro-ministro da Bulgária, Boyko Borisov, tenta negociar uma revisão completa da Constituição do país.
A solução foi sugerida na segunda (17) pelo partido governista, Gerb (Cidadãos pelo Desenvolvimento da Bulgária, em búlgaro).
O novo texto, no entanto, é visto como uma alternativa para impôr ainda mais freios ao sistema judicial já dominado pelo controle oligarca de Borisov.
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“O projeto tem apenas mudanças superficiais, que efetivamente não mudam nada”, disse o diretor do Instituto de Política Europeia, Dimitar Bechev, à estação americana Radio Free Europe.
As reformas apresentadas são apenas tentativas de expandir ainda mais o poder da ala governista, disse o pesquisador. Uma das mudanças sugeridas é a redução do parlamento de 240 para 120 assentos – uma diluição que favoreceria partidos maiores, como o Gerb.
Desde o dia 9 de julho, protestos em todo o país pedem a renúncia de Borisov e dos procuradores federais aliados ao premiê. A autonomia do sistema judiciário é questionada e manifestantes acusam Borisov, no poder há 11 anos, de governar o país nos moldes de uma “máfia”.
Reinício
Para editar a constituição, Borisov precisa do apoio de, no mínimo, 161 deputados. O partido Gerb, no entanto, tem 95 parlamentares e o desgaste gerado pelos protestos torna improvável que o restante do Parlamento acompanhe a votação, disse o professor da Academia de Ciências da Bulgária Petar Cholakov à RFE.
Na oposição, o Partido Socialista Búlgaro já sinalizou que não apoiará a edição da carta magna, ratificada em 1991 após a queda do regime comunista no país.
As últimas pesquisas de opinião mostram que mais de 60% dos búlgaros apoiam a renúncia de Borisov e a convocação imediata de eleições.
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