A divisão da opinião pública colombiana se aprofundou depois da prisão domiciliar do ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, no último dia 4. Ele é investigado por comandar um esquema de manipulação de testemunhas, suborno e formação paramilitar.
Na última pesquisa do Instituto Gallup, em 2019, a imagem desfavorável do ex-presidente era de 61%, informou o jornal colombiano “El Espectador“. Uribe deixou o poder em 2010 com altos níveis de popularidade.
As diferenças nas opiniões sobre Uribe têm um importante recorte de gerações, informou a BBC.
Os mais velhos, que viram a violência do confronto com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) apoiam o ex-presidente. “A prisão de Uribe é um golpe para o povo colombiano”, disse um apoiador à BBC.
Os mais jovens, que viveram a desmobilização dos guerrilheiros após os acordos de paz de 2016, o veem como um personagem cada vez mais irrelevante. “Estamos entrando em uma discussão política pós-Uribe”, disse uma eleitora de Medellín, no norte do país, e antigo epicentro da disputa com cartéis de drogas nos anos 1980.
O Partido do Centro Democrático, fundado por Uribe, também teve seu espaço reduzido em todo país nas eleições de 2018. A popularidade do sucessor e atual chefe de Estado, Ivan Duque, tem diminuído.
Duque não provou ser a extensão progressiva das políticas do ex-presidente como esperado, disse o diretor da ONG Reconciliação, Ariel Ávila, à BBC.
O ex-presidente renunciou no dia 18 à sua cadeira no Senado. Para defender o padrinho, Duque pede uma reforma no Judiciário do país. O julgamento de Uribe ainda não tem data prevista.
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