A cidade de Tuchow, ao sul da Polônia, que teve uma linha de repasses da UE (União Europeia) cortada, vai receber apoio financeiro do governo, informou o ministro da Justiça, Zbigniew Ziobro, à Reuters na terça (18).
O município está entre as seis cidades da Polônia que, desde 2019, se autointitularam “zonas livres de LGBTs” ou proibiram manifestações por direitos civis dos homossexuais.
Pela discriminação, a UE paralisou os repasses de até 25 mil euros (R$ 163 mil) previstos no programa de “cidades gêmeas” em que estavam inscritas, no final de julho.
Em contrapartida, Ziobro anunciou que Tuchow receberá 250 mil zlotys (R$ 372 mil) do Fundo de Justiça do país. Os outros municípios rejeitados pela UE também serão beneficiados pelo governo polonês, disse o ministro.
“Esse é um apoio governamental aos que mantém a agenda pró-família e lutam contra a ideologia LGBT que está sendo pressionada pela Comissão Europeia”, pontuou.
A posição dos nacionalistas contra os direitos dos homossexuais na Polônia aprofunda a divisão entre a direita religiosa e os poloneses liberais.
Na segunda (17), Ziobro afirmou ao jornal Rzeczpospolita, de Varsóvia, que a posição contra os LGBTs é uma “guerra pela alma polonesa”. “Temos que defender os nossos valores contra as agressões no país e no exterior”, disse, referindo-se a supostas ofensas da comunidade LGBT aos católicos.
No mesmo dia, a vencedora do Prêmio Nobel, Olga Tokarczuk, o diretor Pedro Almodóvar e a escritora Margaret Atwood assinaram uma carta à UE. Nela, as personalidades pedem que o governo da Polônia pare de perseguir a comunidade LGBT.
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