O G-7 “falhou completamente” ao não apresentar um plano de vacinação global contra a Covid-19, disse Mark Lowcock, chefe da ajuda humanitária da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta segunda (14), à Reuters.
Segundo ele, a promessa dos sete países mais ricos do mundo de fornecer um bilhão de doses em 2022 não passa de um “pequeno passo”. “Essas doações em pequena escala não são um plano sério e não acabarão com a pandemia”.
O anúncio veio durante o encontro dos líderes de EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá na cidade inglesa de Cornualha, no sábado.
“Eles deram um pequeno passo naquele resort da Cornualha”, disse Lowcock. “Mas é preciso mais do que um pequeno passo, e eles têm muito a fazer”.
Além da distribuição de vacinas, o G-7 concordou em trabalhar com o setor privado, o G-20 e outros países para a melhor distribuição das vacinas nos próximos meses.
Lowcock afirmou que o mundo demanda do G-7 um plano de imunização global. “O que tivemos foi um plano para vacinar cerca de 10% da população dos países de baixa e média renda, apenas daqui a um ano”, criticou.
Críticas e planos
O chefe da ONU também criticou o grupo por não fornecer suprimentos vitais, como ventiladores de oxigênio, testes e equipamentos de proteção, aos países que aguardam o recebimento das doses.
A crítica aos países ricos já vem desde o início da venda de vacinas, no ano passado. Enquanto nações empobrecidas ficaram dependentes da iniciativa Covax e doações de fabricantes, como a China, outros adquiriram doses suficientes para imunizar toda a população e além.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, exortou os líderes mundiais a agirem com “mais urgência”, na sexta-feira. Segundo ele, sem a imunização nos países em desenvolvimento, o vírus continuará em mutação e pode se tornar imune à atual inoculação.
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