O 2º Tribunal Militar de São Petesburgo, na Rússia, condenou o ativista pelos direitos LGBTQ+ Aleksander Merkulov a receber “tratamento psiquiátrico”, nesta quinta (17).
Conforme informações da RFE (Radio Free Europe), Merkulov foi julgado depois de postar comentários questionando informações do governo sobre uma explosão ocorrida na sede do FSB (Serviço de Segurança Federal da Rússia), na cidade de Arkhangelsk, no norte do país.
O ativista também deverá pagar uma multa de 200 mil rublos (R$ 13,8 mil). Os promotores ainda anunciaram que apelarão da decisão do juiz e pedirão a ampliação da pena para cinco anos de prisão.
A Justiça russa determinou a detenção de Merkulov ainda em julho de 2020, após uma investigação em suas redes sociais. O texto publicado pelo ativista questionava a afirmação de que a explosão no FSB teria resultado de um “ataque terrorista”, como afirmou o governo.
Em outubro de 2018, as autoridades anunciaram que o adolescente Mikhail Zhlobitsky morreu após detonar um artefato explosivo dentro do prédio do serviço de inteligência russo.
Merkulov foi mantido sob custódia e transferido para prisão domiciliar em dezembro. Em sua defesa, ele insiste que não defende o terrorismo. Em entrevista à RFE, o advogado Leonid Krikun afirmou que a defesa do ativista não concorda com a decisão do tribunal, mas que não apelará à decisão do juizado para evitar a sentença de prisão.
Rússia anti-LGBTQ+
O Kremlin reprime o ativismo LGBTQ+ de forma explícita. O presidente Vladimir Putin já assinou emendas em que define o casamento como uma “união entre homem e mulher” e consagrou a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Em 2013, Moscou adotou uma lei que proíbe o que chama de “propaganda gay” direcionada a menores de idade. O dispositivo censura conteúdos com “ideias distorcidas sobre o valor social igualitário das relações sexuais tradicionais e não tradicionais”.
Desde então, ativistas de direitos humanos apontam para o crescimento dos crimes de homofobia na Rússia. Em 2019, a ativista LGBTQ+ Yelena Grigoryeva foi morta em São Petersburgo depois de aparecer em uma lista do grupo homofóbico Saw Against LGBT.
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