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terça-feira, 29 de junho de 2021

China contesta aproximação entre Estados Unidos e Taiwan

Taiwan e EUA se aproximam e discutem laços comerciais em reunião nesta quarta. China não vê encontro com bons olhos

Desafiando a vontade da China, Taiwan já havia sinalizado em agosto de 2020 seus planos de iniciar as negociações para um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos. O pacto era uma das principais metas do segundo mandato da presidente Tsai Ing-wen.

Quase um ano depois, segundo matéria da VOA News, os americanos se dizem ansiosos para as conversações comerciais com Taiwan, já que as duas economias continuam a fortalecer os laços comerciais bilaterais, apesar de os chineses torcerem o nariz para isso.

O reencontro tem data marcada. Após uma pausa de cinco anos, os EUA e a ilha autônoma retomarão as conversações em reunião do conselho do Trade and Investment Framework Agreement (TIFA), na quarta-feira (30).

“Taiwan é uma das principais democracias, uma grande economia e um parceiro de segurança”, disse Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, na segunda-feira, durante uma reunião de informação.

“E continuaremos a fortalecer nosso relacionamento em todas as áreas em que cooperamos, inclusive em questões econômicas. Estamos comprometidos com a importância das relações comerciais e de investimento entre os EUA e Taiwan”, acrescentou.

Chineses desgostosos com a aproximação

Em Pequim, as autoridades chinesas manifestaram seu desgosto com a situação.

“A China sempre se opôs a qualquer tentativa dos EUA de elevar as relações em essência ou se envolver em interações oficiais com Taiwan de qualquer forma”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Zhao Lijian.

No começo do mês, Lijian já havia endereçado um comentário pouco diplomático a Washington, como mostrou reportagem da Al Jazeera. À época, ele recomendava “parar qualquer forma de intercâmbio oficial com Taiwan, tratar a questão com cautela e abster-se de enviar quaisquer sinais errados às forças de independência [da ilha]”. Mesmo assim, os EUA enviaram 2,5 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 aos potenciais parceiros.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan disse que a ilha continuará sua estreita relação econômica e comercial com os EUA, “explorando ainda mais a cooperação em áreas de interesse mútuo” através de conversações no âmbito do TIFA.

Os Estados Unidos são o principal aliado de Taiwan e seu maior fornecedor de armas.

“Direito a decidir o futuro”

Segundo Tsai, as relações comerciais entre os EUA e Taiwan foram, por muito tempo, prejudicadas por “detalhes técnicos” estabelecidos por Beijing. “Queremos trabalhar juntos para resolver essas questões de forma segura”, disse a presidente.

A presidente ainda afirmou que a cooperação com os EUA continuará, independente do que pensa o governo chinês.

“Nossos 23 milhões de habitantes têm o direito de determinar nosso próprio futuro, o que é a posição oposta que Beijing assumiu”, pontuou.

Os chineses veem Taiwan como uma “província rebelde” desde 1949 e a ilha tem a autonomia questionada pela China, que considera a região como um ponto sensível na relação China-EUA.

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