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terça-feira, 29 de junho de 2021

HRW cita abusos e julgamentos ‘injustos’ que levaram a 12 penas capitais no Egito

A máxima corte de apelação do Egito confirmou, somente neste mês de junho, 12 sentenças de pena de morte. Entre os condenados estão dois importantes membros da Irmandade Muçulmana que participaram dos protestos de 2013 contra o golpe militar que derrubou o ex-presidente Mohamed Morsi.

A organização HRW (Human Rights Watch) condenou a decisão e chamou de “injustos” os julgamentos coletivos que levaram às 12 condenações.

“O Egito não pode permitir mais execuções. O país está preso em uma crise política, com graves abusos das forças de segurança noticiados diariamente. Realizar mais execuções minará as perspectivas de quaisquer esforços futuros de justiça transicional para curar o país”, diz a entidade.

Mohamed Morsi: golpe que derrubou o ex-presidente levou a protestos no Egito (Foto: Flickr/European Union)

De acordo com a Anistia Internacional, o Egito foi o segundo país com mais execuções oficialmente confirmadas no mundo em 2020. Foram 107 sentenças capitais no país, menos apenas que as 246 do Irã. A China não divulga números oficiais, mas o órgão calcula que ocorrem milhares de execuções anuais no país.

No primeiro semestre de 2021, o Egito realizou não menos que 51 execuções. A HRW destaca o caráter especialmente cruel das penas capitais cumpridas durante o mês sagrado do Ramadã, quando habitualmente elas são suspensas. Neste ano, nove pessoas foram surpreendidas e tiveram suas execuções cumpridas antecipadamente pelo Estado, no período sagrado para os muçulmanos.

A HRW destaca que esta é a primeira vez que sentenças de morte são mantidas para membros da alta cúpula da oposição política egípcia. No grupo de condenados há um ex-parlamentar e um ex-ministro que serviu no governo de Mohamed Morsy. O ex-presidente morreu durante o próprio julgamento, em 17 de junho de 2019, supostamente de um ataque cardíaco.

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