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quinta-feira, 17 de junho de 2021

Ex-chefe de inteligência da Bulgária credita demissão à interferência da Rússia

O agora ex-chefe da Agência de Inteligência da Bulgária Atanas Atanasov culpou a Rússia por interferir em sua demissão, nesta quarta (16). Segundo ele, o “longo braço do Kremlin” foi o principal motivo para a remoção do cargo.

“O trabalho bem-sucedido contra a inteligência russa é a razão por trás da minha demissão”, disse ele em conferência de imprensa, como registrou a agência indiana ANI.

O governo búlgaro justificou a saída pela “falta de objetividade, imparcialidade e neutralidade política” de Atanasov. Quem assume o lugar é Antoine Gechev, ex-chefe adjunto do serviço de inteligência militar do ministério da Defesa da Bulgária.

Ex-chefe de inteligência da Bulgária credita culpa por demissão à Rússia
O ex-chefe da inteligência da Bulgária, Atanas Atanasov, em encontro político na capital Sofia, junho de 2011 (Foto: Divulgação/Luchesar Iliev)

Atanasov deixa o cargo meses depois de uma investigação que resultou na prisão de seis cidadãos búlgaros, em março. Entre eles estavam altos funcionários do Ministério da Defesa e da inteligência militar do governo. O grupo seria parte de uma suposta rede de espionagem em favor da Rússia.

As evidências da participação de dois agentes russos em explosões de depósitos de armas na Bulgária e na República Tcheca em 2014 também fizeram com que o governo búlgaro formalizasse a expulsão de dois diplomatas russos, em abril.

Acusações de espionagem

Os mesmos agentes acusados de tentar matar o ex-espião russo Sergei Skripal em 2018 teriam realizado quatro ataques em fábricas de armamentos na Bulgária entre 2011 e 2020. Em Gorni Lom, na fronteira com a Sérvia, uma explosão matou 15 pessoas.

Desde outubro de 2019, a Bulgária expulsou seis diplomatas russos por suspeita de espionagem no país. Na era soviética, o país dos Balcãs era grande aliado de Moscou e, hoje, a Rússia é o maior fornecedor de energia para os búlgaros.

A embaixada da Rússia em Sofria rejeitou as acusações e disse esperar que os procedimentos no caso sejam “despolitizados”. E “que as especulações sobre o suposto envolvimento da Rússia parem”, diz a nota enviada à ANI.

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