A crise climática global tem “aumentado e agravado” os desastres naturais relacionados à água, “colocando vidas e meios de subsistência em risco”. A declaração foi dada pelo secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) António Guterres, durante simpósio de desenvolvimento sustentável realizado online na sexta (25).
Guterres destacou que, nas últimas décadas, mais de 26 milhões de pessoas foram colocadas em situação de pobreza devido a desastres naturais. E muitos desses desastres estão relacionados à água: enchentes, secas, tempestades, tsunamis ou desabamentos.
Os desastres relacionados ao clima quase dobraram nas últimas duas décadas, em comparação ao mesmo período anterior. Quatro bilhões de pessoas foram afetadas, milhões morreram e as perdas econômicas chegam a US$ 3 trilhões.
As mudanças climáticas alteram os padrões de chuva, afetam a disponibilidade de água, prolongam os períodos de seca e calor e aumentam a intensidade dos ciclones, que podem levar a inundações terríveis.
Mas a situação ainda deve piorar até 2030, e as projeções sugerem um salto surpreendente de 50% nas necessidades humanitárias decorrentes de desastres relacionados ao clima.
Redução das emissões
Uma das formas de combater o problema é manter o aumento de temperaturas sob controle. “Os compromissos atuais são insuficientes, e as emissões [de CO2] continuam aumentando. As temperaturas médias globais já estão 1,2 ° C acima dos níveis pré-industriais”, disse Guterres.
A meta estabelecida no Acordo de Paris é manter o aumento de temperatura abaixo dos 2º C, através da redução de 45% nas emissões de CO2 até 2030, atingindo o “zero líquido” em 2050. “Mas estamos longe de cumprir essas metas”, disse o secretário-geral.
Devido à falta de verba das nações mais afetadas pelas mudanças climáticas, as nações ricas precisam investir cerca de US$ 100 bilhões anualmente. “Investir em infraestrutura durável é um investimento no futuro”, disse o chefe da ONU.
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