A falta de chips de computador, decorrente da escassez de metais semicondutores, pode levar a uma redução drástica no suprimentos de cartões de crédito e débito. O alerta foi feito pela The Smart Payment Association (Associação de Pagamentos Inteligentes, da sigla em inglês), organização formada pelos principais fornecedores europeus de tecnologia de segurança para a indústria financeira.
Segundo dados da SPA, quase 90% dos pagamentos que não são feitos em dinheiro usam os cartões em lojas físicas. Além disso, entre 40 e 60% dos pagamentos online são suportados direta ou indiretamente pelos cartões de pagamento, que também são indispensáveis para o saque de dinheiro nos caixas eletrônicos.
“Garantir uma cadeia de suprimentos ininterrupta para cartões de pagamento é, portanto, essencial para a vida diária e o comércio”, diz o relatório da SPA, cuja sede fica na Alemanha. “A cada ano, mais de 3 bilhões de cartões de pagamento baseados no padrão EMV precisam ser produzidos e entregues aos consumidores em todo o mundo”.
Consumismo e pandemia
A escassez deve-se, primeiro, ao grande aumento na demanda por produtos eletrônicos e veículos modernos, que concentram o uso dos chips. Agora, um segundo golpe são os gargalos de fornecimento causados pela pandemia de Covid-19. O problema tem afetado sobretudo a indústria automobilística, uma vez que os chips disponíveis ao setor foram desviados para a produção de eletrônicos.
Os chips derivam dos minerais de terras-raras, e a expectativa é de que a crise de fornecimento dure ao menos até 2022. A SPA diz que tem atuado junto a empresas, bancos centrais e governos para obter “prioridade na produção de chips necessários para cartões de pagamento e para garantir seu abastecimento adequado”.
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