A ONU (Organização das Nações Unidas), através do secretário geral António Guterres, cobra maior proteção aos civis e descarta uma “solução militar para a crise” instalada em Tigré, na Etiópia. A região sofre com um confronto entre forças regionais e tropas do governo que tem causado escassez de alimentos e violência. O português classificou a situação como “extremamente preocupantes”.
Mekelle teria sido tomada por forças regionais após uma ofensiva, na segunda-feira (28). Antes de emitir a nota, o chefe da ONU disse que telefonou para o primeiro-ministro Abiy Ahmed. Após a conversa, Guterres expressou “esperança de uma cessação efetiva dos confrontos”, na área marcada por combates entre integrantes da TPLF (Frente de Libertação do Povo Tigré) e forças do governo desde novembro.
Na terça-feira (29), agências humanitárias manifestaram preocupação com a situação de incerteza na região, apesar do pedido de cessar-fogo do governo. A OMS (Organização Mundial da Saúde) destaca as condições de fome e o potencial surto de doenças.
Após analisar imagens de pilhagens e saques, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef condenou os autores das ações.
Auxílio
O Unicef alertou sobre as 140 mil crianças gravemente desnutridas que correm risco de morte, a menos que haja acesso imediato de auxílio.
A ONU estima que a crise tenha levado ao deslocamento de mais de 2 milhões de pessoas. Mais de 45,1 mil deixaram a Etiópia e foram para o Sudão, devido ao conflito que afetou mais de 5 milhões em ambos os países.
Os confrontos surgiram após forças regionais em Tigré terem recusado uma série de reformas políticas e capturado bases do Exército etíope.
Segurança
Durante o briefing diário com jornalistas, o porta-voz de Guterres afirmou que a ONU condena todo e qualquer ataque a trabalhadores e bens humanitários e exige às partes que cumpram suas obrigações de acordo com o Direito Internacional Humanitário.
Stephane Dujarric destacou que “todas as partes devem garantir a proteção dos civis e que seja prestada a assistência humanitária pelas Nações Unidas de acordo com os princípios humanitários”.
Ele salientou a prioridade de se garantir a segurança do pessoal da organização, tarefa para o qual a organização “vem fazendo tudo o que está ao alcance”.
Material adaptado do conteúdo publicado originalmente pela ONU News.
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