O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou a possibilidade de que novas sanções sejam impostas à Rússia pelos EUA devido ao tratamento dado pelo governo russo ao opositor Alexei Navalny, nesta segunda (21). Segundo ele, o encontro entre Joe Biden e Vladimir Putin, na última quarta-feira, não impediu Washington de “tentar conter” a Rússia.
“As palavras do presidente [russo] sobre o clima construtivo durante a cúpula não indicam que nos afastamos de uma avaliação sóbria de nossas relações bilaterais com os EUA”, disse o porta-voz do Kremlin em entrevista a repórteres, como registrou a agência catari Al-Jazeera.
“Pragmatismo e sobriedade são o mais importante nessas relações. E ambos sugerem que os resultados construtivos e positivos da cúpula absolutamente não indicam que os EUA abandonarão sua política de conter a Rússia”, pontuou.
A afirmação é uma resposta aos comentários do conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, em entrevista à CNN neste domingo (20). Segundo ele, Washington prepara “mais sanções” à Rússia pelo envenenamento e prisão de Navalny.
Sullivan afirmou que o governo Biden não amenizará o tom após a invasão da plataforma governamental SolarWinds e a interferência nas eleições norte-americanas, ambos atribuídos à Rússia, e no caso de Navalny.
O principal opositor do Kremlin foi preso em janeiro, após retornar da Alemanha, onde passou meses em tratamento após uma tentativa de envenenamento. “As sanções virão assim que pudermos garantir que estamos visando os alvos corretos”, adiantou Sullivan. “Quando fizermos isso, imporemos mais sanções com relação às armas químicas”.
Desgaste ainda maior
Os comentários do conselheiro norte-americano desgastam o tom amigável adotado por Putin e Biden na cúpula em Genebra. Ambos descreveram a reunião como positiva, apesar dos poucos avanços.
No encontro, o chefe da Casa Branca advertiu Putin sobre a morte de Navalny na prisão. “Deixei claro que acredito que as consequências disso serão devastadoras para a Rússia”, escreveu Biden em nota posterior ao encontro.
Tanto Washington quanto a UE (União Europeia) já impuseram uma série de sanções a autoridades e entidades russas pelo envenenamento e prisão de Alexei Navalny. O movimento contra Moscou foi o primeiro significativo após Biden assumir o cargo, em janeiro.
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