A porta-voz do ministério das Relações Exteriores do Vietnã, Le Thi Thu Hang, classificou as atividades da China nas Ilhas Spratly como “ilegais”. Segundo ela, a presença de navios e aeronaves chinesas violam a soberania do país, registrou o portal Vietnan Express.
Na última semana, imagens de satélite mostraram embarcações chinesas – em especial aviões de vigilância – no recife Fiery Cross. Ainda em março, centenas de navios chineses se instalaram no Recife Whitsun, a cerca de 324 quilômetros da província de Palawan, no oeste filipino. Outros estão parados no Recife de Da Ba Dau, no litoral vietnamita.
China, Taiwan, Vietnã, Brunei, Malásia e Filipinas disputam a soberania do arquipélago desabitado. As rotas mantêm um fluxo de comércio anual de US$ 3,4 trilhões.
“Pedimos que as partes se abstenham de ações que complicam ainda mais a situação”, exortou a porta-voz. “Em vez disso, pedimos a contribuição positiva para manter a paz e estabilidade no Mar do Leste”.
Hang diz ainda que o Vietnã possui “base jurídica completa e evidências históricas” para afirmar sua soberania sobre as Ilhas Spratly. Segundo ela, os recifes e boa parte do território estão “ocupados e militarizados” ilegalmente por Beijing.
O avanço integra a ofensiva do governo chinês sobre o Mar do Sul da China. Com navios pesqueiros e embarcações de pesquisa, Beijing viola as Zonas Econômicas Exclusivas dos países do sudeste asiático em uma tentativa de tomar o que diz ser seu território.
Conflito militar com Taiwan
Enquanto avança sobre as águas internacionais, Beijing também trava uma disputa contra Taiwan e sua reivindicação por independência. O impasse pode resultar em “conflito militar”, disse o ministro das Relações Exteriores taiwanês, Joseph Wu, na quarta (22), em entrevista à CNN.
Segundo ele, a escalada de intimidação militar mostra que a ilha “precisa se preparar” para um possível confronto. “Não podemos arriscar, temos que estar preparados”, disse. “Quando o governo chinês está dizendo que não renunciaria ao uso da força, e eles conduzem exercícios militares em torno de Taiwan, preferimos acreditar que é real”.
A afirmação vem na esteira de uma incursão de 28 aviões de guerra chineses perto dos limites da autodeclarada Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan, no dia 15. Apesar de não ter violado o espaço aéreo da ilha, o voo foi interpretado como uma demonstração de força do exército chinês.
Taiwan rejeita o princípio “uma só China” e reivindica sua independência de Beijing.
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