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segunda-feira, 28 de junho de 2021

China teria usado vacinas para derrubar apoio da Ucrânia a movimento pró-Xinjiang

A China teria pressionado a Ucrânia a retirar seu apoio ao movimento que exige acesso de observadores independentes à região de Xinjiang. Como forma de reprimenda, os chineses ameaçaram reter as vacinas para Covid-19 destinadas a Kiev, relataram diplomatas de dois países ocidentais à Associated Press na sexta-feira (25).

Na quinta-feira (24), a Ucrânia retirou seu nome de uma lista com cerca de 40 países que cobram acesso a Xinjiang. O objetivo da visita à província é verificar as condições dos centros de detenção onde civis da minoria muçulmana uigur seriam alvo de tortura, maus tratos e trabalho forçado

Em meio ao apoio da Ucrânia, Beijing advertiu que bloquearia um carregamento de ao menos 500 mil doses de vacinas. Kiev comprou 1,9 milhão de doses da vacina CoronaVac produzida pela chinesa Sinovac Biotech. Até o início de maio, 1,2 milhão de doses haviam sido entregues, segundo o ministro da Saúde Maxim Stepanov.

Profissional da saúde de Islamabad, no Paquistão, mostra vacina recebida da China em fevereiro de 2021 (Foto: Xinhua/Ahmad Kamal)

O uso de vacinas para pressionar outros países não é novidade na política externa chinesa. Em março, Taiwan acusou a China de condicionar o envio de vacinas ao Paraguai ao fim das relações com a ilha. O Paraguai é um dos nove aliados diplomáticos de Taiwan na América Latina, ao lado de Guatemala e Honduras, embora tenha fluxos estáveis de comércio com Beijing.

Abusos em Xinjiang

O pedido de autorização para ingresso em Xinjiang foi liderado pelo Canadá e conta com o apoio da Austrália, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão, Espanha, EUA e outros. “Estamos seriamente preocupados com a situação em Xinjiang”, disse a embaixadora do Canadá, Leslie Norton.

O documento pede que chefes de direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), como a chilena Michelle Bachelet, tenham acesso imediato, significativo e irrestrito à província.

“Relatórios indicam que mais de um milhão de pessoas foram arbitrariamente detidas em Xinjiang”, diz o comunicado. “Há uma vigilância generalizada que visa desproporcionalmente os uigures e membros de outras minorias, com restrições às liberdades fundamentais e à cultura uigur”.

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