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sábado, 26 de junho de 2021

China usa inteligência artificial e ‘big data’ para modernizar exército, diz relatório

Um relatório do think tank norte-americano NSRD (Divisão de Pesquisa em Segurança Nacional, na sigla em inglês) aponta que big data e inteligência artificial são elementos centrais no projeto que a China desenvolve atualmente de modernização de seu exército.

A meta, estipulada por Xi Jinping em 2017, é concluir a primeira etapa de modernização do PLA (Exército de Libertação do Povo) até 2035. Depois, numa segunda etapa, a ser concluída em 2050, ele quer o exército preparado para lutar e vencer batalhas em qualquer cenário imaginável.

O uso de big data e inteligência artificial seria o primeiro passo, a fim de controlar a guerra pelo domínio da informação. Conforme o documento, que serve como uma cartilha para estrategistas do Departamento de Defesa dos EUA, esses elementos deverão ampliar a abrangência das tropas.

Big data e inteligência artificial protagonizam modernização militar da China, diz relatório
Soldados da China, Beijing, dezembro de 2008 (Foto: Divulgação/Nacho Arenas)

Relatórios militares, estudos acadêmicos e dados recolhidos pelos pesquisadores descartam, por ora. que a inteligência artificial substitua comandantes humanos. As máquinas poderão, sim, atuar como “oficiais digitais”: caberá a elas reunir e apresentar dados, identificar a intenção do inimigo e monitorar operações.

Um esforço notável é o estabelecimento de uma Força de Apoio Estratégico, que são softwares capazes de integrar dados cibernéticos com informações eletromagnéticas e de guerra espacial.

“O tema comum em todas as fontes primárias chinesas é que o domínio da análise de big data posicionará melhor a China para vencer futuros conflitos entre grandes potências”, disse o relatório. Nesse sentido, a “guerra de informação” tende a ser um importante enfoque do PLA nos próximos anos.

Guerra de informação

Junto da Rússia, a China lidera o grupo de países que mais realizou ataques cibernéticos no mundo desde 2005, conforme um estudo divulgado em outubro pelo think tank CFR (Council of Foreign Relations).

Em 2019, um esforço conjunto de hackers estatais da China e da Rússia teria invadido o sistema de votação da Indonésia após as eleições presidenciais. A meta, de acordo com Jacarta, seria modificar o resultado do pleito por meio de alterações no sistema e criação de “eleitores-fantasma”.

Também há registros de ações chinesas contra militantes pró-Tibet, em 2012, e contra empresas norte-americanas, como a petroquímica Dow Chemical e o banco Morgan Stanley, em 2010.

A guerra de informação coincide com a redução do espaço de combate e a expansão do espaço de guerra pelos sistemas conectados, diz o relatório. Assim, outro pilar da doutrina militar da China seria centralizar a disputa na derrota do sistema operacional do adversário.

Agora, a recomendação é para que os países fiquem atentos a seus sistemas. “A liderança do Partido Comunista da China prioriza e fornece recursos para o desenvolvimento das tecnologias e dos sistemas necessários”, disse o relatório. “Resta saber se o PLA será o primeiro a desenvolver uma rede operacional adequada ao futuro campo de batalha, seja na China ou em escala global”.

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