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terça-feira, 8 de junho de 2021

Estudos chineses comprovam tese de que Beijing planeja reduzir população uigur

Pesquisas e declarações de autoridades chinesas comprovam a tese de que Beijing busca reduzir ao máximo a população da etnia uigur em seu território – um dos precedentes para a classificação de genocídio. A conclusão está em um artigo pré-publicado pelo jornal acadêmico Central Asian Survey, nesta terça (8).

Afirmações de estudiosos, funcionários e autoridades da China demonstram que Beijing tem a minoria étnica muçulmana de raízes turcas como uma “ameaça” à segurança nacional.

Por serem a maioria na província de Xinjiang – uma das maiores do país –, a concentração e rápido crescimento populacional dos uigures devem ser mitigados mesmo se o problema do terrorismo na região for resolvido, defendem as autoridades.

Estudos chineses comprovam tese de que Beijing planeja reduzir população uigur
Vista aérea de Urumqi, capital da província chinesa de Xinjiang, em julho de 2017 (Foto: WikiCommons/ Anagoria)

Nas declarações analisadas, autoridades e pesquisadores chineses defendem que a base para resolver o contraterrorismo de Xinjiang é “resolver o problema humano”. Em outras palavras, “diluir a proporção das populações étnicas e levar a maioria Han“, explicita um dos artigos analisados.

A diluição já começou. Em 2016, Beijing suprimiu as taxas de natalidade uigur com a desculpa de “otimizar as proporções étnicas” para fins de contraterrorismo. As ações evitariam até 4,5 milhões de nascimentos até 2040 só no sul de Xinjiang, onde a maioria dos uigures estão concentrados.

A origem da operação está ancorada em uma campanha dos uigures pela violência – movimento que Beijing classifica como “violento”. Já os representantes da minoria reportam discriminação pela maioria han e repressão pelo Estado.

Expulsão e esterilização forçada

Os controles de natalidade entre a população uigur e outras minorias, porém, nem sempre é consentido. Denúncias apontam que mulheres da minoria étnica são submetidas à esterilização forçada, apontou a revista Foreign Policy.

Dispositivos intrauterinos e até aborto tornaram-se cada vez mais comuns, embora o emprego desses métodos tenha diminuído no restante do país. Nas regiões de Hotan e Kashgar, majoritariamente uigures, a taxa de natalidade caiu mais de 60% entre 2015 e 2018. Em 2019, a queda foi de 24% em Xinjiang, ante 4,2% no restante do país.

Enquanto isso, a população han recebe incentivos para ocupar áreas até então dominadas por uigures. Em 2022, o governo chinês planeja incentivar 300 mil habitantes han a mudarem-se para o sul de Xinjiang – apesar do superpovoamento.

A implementação e multiplicação dos campos de detenção desde 2017 se unem às evidências de repressão contínua – e genocídio, como já classificaram países como os EUA, Reino Unido e, mais recentemente, Lituânia.

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