O opositor russo Alexei Navalny pediu a um tribunal que suspendesse os controles noturnos na prisão, nesta segunda (31), reportou o diário norte-americano “The Hill”. O político, encarcerado desde janeiro, alega tortura por restrição de sono desde que os agentes passaram a acordá-lo de hora em hora para uma suposta “verificação de segurança”.
Em um apelo por vídeo, da prisão, Navalny afirma não ter dado nenhum motivo para que as autoridades o designem como um risco extremo – motivo que justificaria as verificações.
“Eu só quero que parem de me acordar durante a noite. O que eu fiz? Desenterrei uma passagem subterrânea? Mirei uma pistola para alguém? Expliquem por que sou um prisioneiro de alto risco”, disse, em registro da Associated Press.
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Navalny está preso desde janeiro, quando retornou da Alemanha após cinco meses de recuperação. O opositor foi vítima de uma tentativa de envenenamento por novichok em 20 de agosto, quando retornava da Sibéria.
Em fevereiro, um tribunal o condenou a dois anos e meio de prisão por violar uma sentença suspensa de 2014, quando foi acusado de fraude. Promotores alegaram que ele não se apresentou regularmente à polícia em 2020 – enquanto estava em coma pela dose tóxica.
Outras torturas
O político chegou a fazer greve de fome na cadeia por falta de atendimento médico adequado após relatar dores agudas nas costas e dormência nas pernas. Conforme os advogados, Navalny recebeu o diagnóstico de duas hérnias espinhais e começou a perder e sensibilidade das mãos e dos pés.
Em seu relato, o político afirma que só lhe é permitido ir à cozinha tomar água quando as câmeras estão gravando. Navalny relatou ainda que os agentes penitenciários fritavam frango na sua frente para desencorajá-lo da greve de fome. A mídia estatal russa classificou o protesto como uma “farsa”.
A prisão e as restrições ao principal opositor de Vladimir Putin teriam como objetivo impedir os aliados de Navalny de concorrer nas eleições parlamentares de setembro. O Kremlin já determinou o fechamento de todos os escritórios gerenciados pelo político e iniciou uma campanha de perseguição a ex-funcionários.
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