O ministro do Interior da Chechênia, Akhmed Dudayev, disse neste domingo (13) que “não existem” homossexuais no território. “Ativistas de direitos humanos tentam inventar algum tipo de minorias que não existem e nunca existiram aqui”, disse em pronunciamento televisionado.
A fala tem relação com a retirada à força de Khalimat Taramova, filha de um aliado do líder autoritário checheno Ramzan Kadyrov, de um abrigo para vítimas de violência doméstica, na quinta-feira. O abrigo fica em Makhachkala, a capital da região russa do Daguestão.
As autoridades negam que tenha ocorrido um sequestro e alegam justamente o oposto: retiraram Taramova do abrigo como forma de “prevenir um eventual sequestro”, disse a RFE (Radio Free Europe).
Em um vídeo postado no Telegram na semana passada, Taramova afirmou ter fugido de casa devido a “espancamentos e ameaças constantes”. Na ocasião, ela pediu à polícia que não a procurasse, e às autoridades, que não a adicionassem à lista de desaparecidos.
Perseguição
Ativistas da Rede LGBT da Rússia afirmam que as agressões teriam relação com a orientação sexual de Taramova, que estaria no mesmo abrigo que sua namorada, identificada como Anna Manylova.
“Não houve violações da lei por parte da polícia ou parentes de Khalimat Taramova”, disse o ministro, alegando ainda que a mulher tem “problemas de saúde”.
A Chechênia foi palco do chamado “expurgo gay” em 2017, quando dezenas de homens homossexuais relataram terem sido sequestrados e torturados pela polícia.
Kadyrov, à frente do governo há mais de uma década, é acusado frequentemente por grupos russos e internacionais de supervisionar graves abusos a minorais, desde tortura até execuções extrajudiciais.
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