Um tribunal de apelação do Reino Unido reverteu nesta segunda (5) a decisão de bloquear US$ 1 bilhão em ouro do governo da Venezuela nos cofres da Inglaterra.
No dia 2 de julho, outro tribunal inglês reconheceu o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela, o que gerou o bloqueio dos recursos nos bancos ingleses. A corte, no entanto, considerou a decisão contraditória, informou a Bloomberg.
Segundo o juiz Stephen Males, o reconhecimento do Reino Unido sobre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, é no mínimo “ambíguo”. “As declarações do governo do Reino Unido sobre Guaidó não refletem a realidade das relações diplomáticas continuadas de Londres com Maduro.”
De acordo com a embaixadora venezuelana no Reino Unido, Vanessa Neumann, a decisão não representa a concessão do controle do ouro à Venezuela, mas a sua devolução ao tribunal comercial.
“O juiz ordenou o regresso para obter uma declaração mais precisa”, disse a embaixadora de Guaidó em coletiva de imprensa.
Na prática, é o Ministério das Relações Exteriores inglês que deve esclarecer se aceita Maduro como presidente da Venezuela, ou não. Em 2019, Londres já havia apontado que reconhecerá Guaidó como presidente interino até a realização de novas eleições.
Destino dos recursos
Depois do bloqueio, em julho, o Banco Central da Venezuela processou o Bank Of England para ter acesso ao ouro. Os recursos estão sem destino desde que os Estados Unidos pressionaram a Inglaterra para bloquear qualquer tentativa de Caracas recuperar os valores.
O ouro seria usado para comprar alimentos e medicamentos através do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) na resposta do país à pandemia da Covid-19.
Em Londres, Neumann afirmou que entrará em contato com o secretário de Assuntos Externos do Reino Unido, Dominic Raab. O objetivo é convencê-lo a seguir com o apoio em Guaidó. “O tribunal do Reino Unido não vai entregar o ouro ao regime de Maduro”, disse Neumann à Bloomberg.
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