O Sudão vai normalizar relações diplomáticas com Israel, anunciou nesta sexta (23) o presidente norte-americano Donald Trump. O governo dos EUA foi mediador nas negociações entre Cartum e Tel Aviv.
O Sudão agora deixa começa a deixar o isolamento causadado pela ditadura de Omar al-Bashir, que durou cerca de 30 anos e terminou em 2019.
Com a medida, Cartum poderá acessar empréstimos estrangeiros e auxílio do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial para reerguer sua combalida economia.
Em setembro, especulava-se que a normalização das relações com Israel seria condição imposta pelo Executivo norte-americano para a reabilitação sudanesa.
O Congresso, por sua vez, exigia a quitação de indenizações às vítimas dos bombardeios às embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia, com os quais teve relação direta, em 1998.
Washington já havia concordado em retirar o país de sua lista de nações patrocinadoras do terrorismo. Em troca, o Sudão irá pagar as indenizações às famílias dos 224 mortos nos ataques das embaixadas.
Histórico
O país acabou envolvido nos atentados já que o ditador sudanês, derrubado há cerca de um ano, deu guarida nos anos 1990 a terroristas como Osama bin Laden, e financiou diretamente os grupos responsáveis. Muitos foram treinados no país.
Desde o início do ano, os dois países negociam o início de relações diplomáticas. Em fevereiro, o presidente sudanês Abdel Fattah al-Burhan se encontrou em Uganda com o premiê israelense Benjamin Netanyahu.
Em agosto, um porta-voz do governo sudanês que havia sinalizado uma possível normalização acabou demitido. A declaração ocorreu na sequência do acordo de Israel com os Emirados Árabes.
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