No poder desde a renúncia forçada de Sooronbai Jeenbekov, o presidente interino do Quirguistão, Sadyr Japarov, definiu uma “anistia econômica” a todos os acusados de corrupção no país.
O prazo para a devolução do dinheiro é de 30 dias – até 21 de novembro, informou a RFE.
O objetivo é identificar todos os ex-funcionários que enriqueceram de forma ilegal nos setores de energia, alfândega, tributação e mineração. Ao devolverem o dinheiro, receberão “perdão administrativo e econômico”.
Japarov anunciou a “anistia” um dia depois da prisão do ex-chefe adjunto da Alfândega, Raimbek Matraimov, por suspeita de suborno.
Integrante da elite política e principal financiador de partidos políticos e presidentes, como Jeenbekov, Matraimov estaria envolvido em esquemas de 2 bilhões de soms (R$ 138 milhões). O empresário nega as acusações de corrupção.
A revolta popular começou após as eleições parlamentares, no dia 4. Na eleição, apenas quatro dos 16 partidos do país alcançaram o mínimo de 7% dos votos para ingressar no Parlamento, uma espécie de cláusula de barreira.
Duas siglas mantêm laços estreitos com o presidente do país, Sooronbay Jeenbekov, oriundo do sul rural do país, onde há forte presença da minora uzbeque: o Birimdik e o Mekenim, ambos alvos de protestos anticorrupção.
Já a capital Bishkek, situada na porção norte e mais urbana do país, tem vasta maioria quirguiz. Para os eleitores dessa região, o pleito beneficiou de forma desproporcional os eleitores do sul.
Na ruas após as eleições, centenas ficaram feridos e manifestantes invadiram o Parlamento em Bishkek. A Comissão Eleitoral do Quirguistão já agendou novas eleições parlamentares para o dia 20 de dezembro.
No coração da Ásia Central, o Quirguistão tem localização estratégica, próxima de países como o Afeganistão e a região oeste da China. Já hospedou simultaneamente bases da Rússia e dos EUA, no auge da chamada Guerra ao Terror no pós-11 de setembro.
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