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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Crise na República Centro Africana atrai potências em busca de influência

Atraídas pela intensa crise na República Centro-Africana, potências estrangeiras como Rússia e França têm aproveitado a fragilidade do país para lucrar sobre uma “economia de guerra”. A conclusão faz parte do último relatório do think tank norte-americano The Sentry.

De acordo com a pesquisa, as potências se utilizam de “grupos por procuração”, ou seja, que defendem seus interesses no local. Por meio destes, promovem suas agendas políticas e econômicas em busca de influência no país, de 4,6 milhões de habitantes.

A pobreza e os conflitos aumentaram na República Centro-Africana desde a posse do presidente, Faustin-Archange Touadéra, em março de 2016. Com o avanço de milícias, o político transformou o país em um “terreno fértil” para redes criminosas transnacionais, diz o relatório.

Crise na República Centro Africana atrai violência e potências estrangeiras
Militares rebeldes ao nordeste da República Centro Africana em agosto de 2014 (Foto: CreativeCommons/hdptcar)

Prestes a disputar a reeleição, em 27 de dezembro, Touadéra recebe apoio estrangeiro para, em tese, estabilizar o país. Ao lado da França, ex-metrópole colonial, e Rússia, o presidente tenta se manter no poder mesmo sob denúncias de corrupção.

Paris e Moscou ofereceram armas depois que o exército centro-africano teve seu arsenal saqueado por milícias na Somália, no ano passado.

Em busca de uma maior influência internacional, o Kremlin enviou uma tropa para treinar soldados africanos e doou novos equipamentos de guerra ao país.

Esta é mais uma forma de se estabelecer como influência na região, aponta a Reuters. Desde 2014, quando foi sancionado por anexar a Crimeia, Kremlin assinou 19 acordos de cooperação militar na África Subsaariana.

Saída para a crise

Agora, entidades reforçam a necessidade um engajamento internacional para recuperar da República Centro-Africana.

O país da África Central é rico em ouro e diamantes, mas a população vive à mercê da pobreza, de conflitos generalizados e da violência sectária, denunciou a ONU (Organização das Nações Unidas). Há relatos de lavagem de dinheiro e tráfico de todos os tipos.

A expectativa é que as eleições contribuam para combater a corrupção e a guerra. “É uma oportunidade única para a reconciliação nacional”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.

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