Atraídas pela intensa crise na República Centro-Africana, potências estrangeiras como Rússia e França têm aproveitado a fragilidade do país para lucrar sobre uma “economia de guerra”. A conclusão faz parte do último relatório do think tank norte-americano The Sentry.
De acordo com a pesquisa, as potências se utilizam de “grupos por procuração”, ou seja, que defendem seus interesses no local. Por meio destes, promovem suas agendas políticas e econômicas em busca de influência no país, de 4,6 milhões de habitantes.
A pobreza e os conflitos aumentaram na República Centro-Africana desde a posse do presidente, Faustin-Archange Touadéra, em março de 2016. Com o avanço de milícias, o político transformou o país em um “terreno fértil” para redes criminosas transnacionais, diz o relatório.
Prestes a disputar a reeleição, em 27 de dezembro, Touadéra recebe apoio estrangeiro para, em tese, estabilizar o país. Ao lado da França, ex-metrópole colonial, e Rússia, o presidente tenta se manter no poder mesmo sob denúncias de corrupção.
Paris e Moscou ofereceram armas depois que o exército centro-africano teve seu arsenal saqueado por milícias na Somália, no ano passado.
Em busca de uma maior influência internacional, o Kremlin enviou uma tropa para treinar soldados africanos e doou novos equipamentos de guerra ao país.
Esta é mais uma forma de se estabelecer como influência na região, aponta a Reuters. Desde 2014, quando foi sancionado por anexar a Crimeia, Kremlin assinou 19 acordos de cooperação militar na África Subsaariana.
Saída para a crise
Agora, entidades reforçam a necessidade um engajamento internacional para recuperar da República Centro-Africana.
O país da África Central é rico em ouro e diamantes, mas a população vive à mercê da pobreza, de conflitos generalizados e da violência sectária, denunciou a ONU (Organização das Nações Unidas). Há relatos de lavagem de dinheiro e tráfico de todos os tipos.
A expectativa é que as eleições contribuam para combater a corrupção e a guerra. “É uma oportunidade única para a reconciliação nacional”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.
O post Crise na República Centro Africana atrai potências em busca de influência apareceu primeiro em A Referência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, evite comentários depreciativos e ofensivos