O tratado que prevê a extinção de todas as armas nucleares do mundo deve entrar em vigor no próximo 22 de janeiro. O acordo ganhou a adesão de Honduras, país da América Central, no sábado (24).
Mesmo com o boicote de gigantes – EUA, Rússia, China, Reino Unido, França, Índia, Paquistão, Coréia do Norte e Israel –, o apoio de 50 países garante à ONU (Organização das Nações Unidas) o mínimo necessário para que o acordo entre em vigor como lei internacional.
Concluído em 2017 após três anos de negociação, o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares não será exigido às nações que se recusam a aceitá-lo, informou o jornal norte-americano “New York Times”.
Ainda assim, defensores do acordo o consideram um esforço necessário para evitar guerras nucleares desde que os norte-americanos lançaram bombas atômicas sobre o Japão, há 75 anos.
“Com a 50ª ratificação, chamamos atenção às consequências catastróficas de qualquer uso nuclear”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres. O tratado proíbe o uso ou qualquer ameaça de armas nucleares. Testes, produção, posse ou transferência também são proibidos.
Além das 50 ratificações, o acordo ainda possui 84 assinaturas ao tratado, como é o caso do Brasil. A expectativa é que todos ratifiquem o tratado até janeiro. Com a adesão, todos os países deverão destruir os seus estoques e cumprir a promessa de eliminar armamento nuclear em seus territórios.
Trump tenta dissuadir
Em uma carta enviada aos governos que assinaram ou ratificaram o acordo, à qual a Associated Press teve acesso no dia 21, o presidente dos EUA, Donald Trump, exorta os países a reverter a decisão. “Acreditamos que você cometeu um erro estratégico”, dizia o documento.
O documento afirma ainda que Rússia e China pretendem aumentar o seu armamento nuclear. “Eles nunca abandonarão o arsenal de forma voluntária, o que torna os demais países vulneráveis”, diz a carta.
EUA e Rússia detém 90% do volume mundial de armas nucleares. De acordo com o último levantamento da Plowshares Fund, há oficialmente 13,3 mil armas nucleares no mundo. O arsenal diminuiu em três quartos desde 1980.
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