O porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, alertou o Canadá para que pare de “interferir nos assuntos internos de Beijing”.
A declaração, de quinta-feira (22), foi feita logo após a publicação de um relatório do Parlamento canadense. O documento classifica as ações da China contra os uigures como genocídio, registrou o britânico “The Guardian”.
Há denúncias de abusos nos campos de detenção destinados à “reeducação” da minoria muçulmana na província de Xinjiang.
De acordo com Zhao, o documento canadense está “cheio de mentiras e desinformação”. “O Canadá deve ter cautela em suas palavras e ações a fim de evitar mais danos às relações China-Canadá”, disse o porta-voz.
Aliado de Washington, o Canadá já negou a extradição da diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, que enfrenta acusações de fraude bancária. Meng segue em prisão domiciliar no país desde dezembro de 2018 a pedido do governo dos EUA.
Em resposta, Beijing detêm há mais de 650 dias os canadenses Michael Kovrig e Michael Spavor, sob acusação de “espionagem”.
A China também suspendeu temporariamente as exportações de canola e carne suína do Canadá no ano passado.
No dia 6 de outubro, Ottawa concedeu asilo aos primeiros cidadãos de Hong Kong. A abertura é outro ponto de ruptura e tende a aumentar ainda mais a tensão diplomática entre os dois países.
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