O naufrágio de uma embarcação com cerca de 200 imigrantes africanos que deixou 140 mortos, nesta quinta (29) na costa do Senegal, já é o mais trágico do ano, afirmou a OIM (Organização Internacional para Migrações).
O barco naufragou após pegar fogo poucas horas depois de deixar a cidade de Mbour. A embarcação ia em direção às Ilhas Canárias, território espanhol, mas virou no Oceano Atlântico, próximo a St. Louis, na costa noroeste do Senegal.
Pescadores auxiliaram as marinhas senegalesa e espanhola a resgatar 59 pessoa e recolher os corpos de 20 vítimas.
De acordo com Dame Mbengue, um dos sobreviventes, a tripulação conseguiu controlar as chamas assim que o motor da embarcação incendiou. O fogo, no entanto, se espalhou para as latas de gasolina, o que causou uma grande explosão.
Mbengue disse ao “The New York Times” que sobreviveu após se lançar no oceano. Ele se agarrou a uma lata que flutuava na água até ser resgatado por velejadores após o naufrágio na costa do Senegal.
Com uma economia em frangalhos, a situação do país africano de 14 milhões de habitantes piorou depois que o governo entregou os direitos de pesca a barcos da China e União Europeia.
As Ilhas Canárias se tornaram um destino recorrente: desde o início de 2020, cerca de 11 mil se estabeleceram no local. No ano passado, o número de migrantes às ilhas foi de 2,5 mil. Estima-se que mais de 410 pessoas morreram no percurso.
“Apelamos aos governos, parceiros e comunidade internacional para desmantelar as redes de tráfico e contrabando que se aproveitam da juventude desesperada”, disse o chefe da missão da OIM no Senegal, Bakary Doumbia.
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