As indústrias de petróleo e gás garantem à Nigéria bilhões de dólares em seu orçamento todos os anos, mas a corrupção é trava o país de prosperar e se tornar mais desenvolvido. A conclusão é de uma pesquisa de 2019 da fundação alemã Konrad Adenauer.
Em meio a protestos contra a violência policial, o país de cerca de 200 milhões de habitantes ainda luta para se recuperar de uma crise de 2014.
No Índice de Percepção da Corrupção, da organização Transparência International, o país caiu para da 144ª para a 180ª posição em 2019. A maior economia da África está atrás de países como Quênia e Mauritânia – conhecidos por suas práticas pouco transparentes.
Com altos índices de desemprego, os nigerianos veem a desocupação aumentar e convivem com altos índices de natalidade. Cada mulher nigeriana tem, em média, 5,2 filhos – a Nigéria irá figurar entre as nações mais populosas do mundo até 2050.
No país, estima-se que 87 milhões de pessoas vivam com menos de US$ 1,90 por dia, equivalente a R$ 10,66.
Mesmo com os maus resultados econômicos, a elite política do país teve poucos incentivos para rever a estrutura de poder local. “A corrupção permeia toda a sociedade e é praticada de forma sistemática pela elite governante”, concluiu a pesquisa.
Desvio de recursos estatais, nepotismo, suborno e lavagem de dinheiro são os exemplos mais comuns. Os principais manipuladores são políticos, funcionários públicos, forças de segurança e empresários. A população de menor renda é a mais afetada.
Multinacionais colaboram
De acordo com a pesquisa alemã, multinacionais de diversos setores também tiram proveito da corrupção endêmica no país. As empresas são as principais responsáveis por canalização ilegal de verbas ao exterior.
As empresas Royal Dutch Shell, de Milão e Londres, e a italiana Eni S.p.A já são processadas por crimes de corrupção na Nigéria. Executivos teriam pago cerca de US$ 1 bilhão em subornos para adquirir uma licença de produção de petróleo offshore no Golfo da Guiné em 2011.
O então presidente, Goodluck Jonathan, também teria se beneficiado dos pagamentos, assim como o banco norte-americano JP Morgan. O atual presidente Muhammadu Buhari, foi eleito em 2015 com forte plataforma anticorrupção, mas não houve mudança estrutural.
“Décadas de práticas opacas apoiadas pela elite governante criaram um ambiente em que a corrupção é abundante. O país está lenta mas seguramente sangrando”, pontuou a fundação alemã.
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