O governo do Iêmen e o grupo houthi Ansar Allah libertaram mais de mil detidos na última quinta (15) e sexta-feira (16), informou a ONU (Organização das Nações Unidas).
A obediência aos termos do acordo estabelecido no dia 27, após mediação da ONU, pode ser um primeiro sinal de restabelecimento da paz após cinco anos de conflitos.
As partes devem se reunir novamente para decidir o destino de outros 15 mil detidos no Iêmen. O acordo seria um primeiro passo, mas o governo de Sanaa e o grupo houthi ainda não concordam sobre uma declaração conjunta para encerrar a disputa no país.
A guerra civil do Iêmen começou em 2014, quando o grupo rebelde houthi, xiita e apoiado pelo Irã, tentou derrubar o então presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi. Apoiado pela Arábia Saudita, o governo sunita do Iêmen não cede às ofensivas dos houthis.
Desde o início da guerra civil, em 2015, o país vive o que se tornou a maior crise humanitária do mundo. Estima-se que 80% dos 30 milhões de habitantes do Iêmen dependam de ajuda para viver.
Além de forçar o deslocamento de milhares, a persistência dos conflitos também dificulta a entrega de insumos básicos à população. “Quanto mais tempo o conflito durar, mais difícil será a reversão disso”, disse o representante especial da ONU para o acordo de paz, Martin Griffiths.
De acordo com a ONU, as agências humanitárias tiveram que reduzir a assistência a quatro milhões de pessoas desde o início de 2020 por conta das interrupções dos grupos opositores.
Atualmente, 47 linhas de frente no conflito estão ativas no país, o que significa conflito direto entre as partes. “É o maior [número] já registrado, afirmou Griffiths.
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