Entregue por líderes dos protestos da Tailândia na quarta (21), a carta que pede a renúncia do primeiro-ministro Prayut Chan-ocha até este sábado (24) pode ter sido o estopim para uma resposta ainda mais agressiva do governo tailandês contra os manifestantes pró-democracia.
Depois de revogar a proibição das manifestações, na quinta (22), Prayut passou a receber o apoio de lideranças como o Senado e o Exército do país.
Em uma cerimônia nesta sexta (23), o general chefe do Exército, Narongphan Jitkaewtae, teria esboçado um gesto de apoio ao premiê depois que um soldado pediu que “cuidassem de Prayut”. O general teria sorrido e concordado, registrou uma reportagem do jornal “Bangkok Post”.
A interpretação do gesto foi considerada um importante apoio do Exército tailandês ao primeiro-ministro no poder.
O Senado da Tailândia também declarou seu apoio à monarquia do país e ao rei Maha Vajiralongkorn nesta quinta-feira, registrou o portal inglês Royal Central.
O presidente do Senado, Pornpetch Wichitcholchai, afirmou que é preciso “proteger e defender” a “nobre instituição”. O parlamentar ainda declarou que a monarquia é “absolutamente necessária à Tailândia”.
Reforma da monarquia
A declaração de Pornpetch vai na contramão do que defendem os centenas de milhares de manifestantes que tomaram as ruas da Tailândia desde o início de agosto.
Os protestos, que começaram com poucos estudantes em Bangkok, ganharam força e notoriedade ao reunirem adeptos pró-democracia e pela reforma da monarquia do país.
Os ativistas afirmam que, desde que assumiu o reinado, em 2016, o rei Maha autoinstituiu uma série de poderes, como o controle pessoal de unidades do exército e bens do palácio.
Junto do monarca estaria o primeiro-ministro, que é acusado de corrupção e perseguição a oposicionistas. Para tentar conter os protestos, Prayut tentaria impor o controle na mídia do país, informou o jornal “Bangkok Post” na terça (21).
A informação está em um suposto despacho do governo ao qual os veículos de imprensa locais tiveram acesso.
O documento determina que as transmissões de televisão são uma “ameaça à segurança nacional ou aos bons costumes“. Nenhuma emissora de televisão foi bloqueada até o momento.
A ordem também sugeria um exame de todo o conteúdo de mídia do país e o bloqueio do Telegram. Boa parte das manifestações migraram para aplicativo de mensagens depois que o governo processou o Facebook e Twitter por “mensagens ofensivas”.
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