O pedido de “desobediência civil” da oposição da Costa do Marfim contra o atual presidente e candidato à terceira reeleição, Alassane Ouattara, desencadeou ataques a oposicionistas, registrou a Associated Press no domingo (18).
O candidato da opositora Frente Popular da Costa do Marfim, Pascal Affi N’Guessan, teve a sua casa incendiada em Bongouanou, no sudeste do país, no sábado (17).
Um comitê do partido foi atacado na capital econômica marfinesa, Abidjan, na costa leste do país. A ação é mais um episódio de aumento da violência a menos de 15 dias para as eleições, agendadas para o dia 31.
Nos últimos dias, houve o maior número de ataques desde que os partidos de oposição pediram que a população boicote o pleito, em 20 de setembro. A acusação é que a comissão eleitoral sofre interferência direta do governo.
O movimento é uma resposta à manobra jurídica que permitiu a Ouattara participar das eleições após a morte súbita do ex-premiê e seu antecessor, Amadou Gon Coulibaly, em julho.
No poder desde 2010, Ouattara foi eleito após uma votação violenta que deixou mais de três mil mortos no país.
Agora o presidente se aproveita de uma mudança na Constituição para concorrer pela terceira vez – o que desagradou opositores e voltou a gerar protestos violentos na Costa do Marfim.
Em campanha na cidade de Bouake, na região central do país, Ouattara afirmou que a Comissão Eleitoral não sofrerá nenhuma mudança. “As eleições ocorrerão em 31 de outubro”, disse. “E serão realizadas em paz. Não haverá adiamento”.
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