A polêmica reeleição de Alpha Condé, na Guiné, anunciada no sábado (24) após seis dias de contagem de votos, desencadeou uma onda de protestos em todo o país, registrou neste domingo (25) a Al-Jazeera.
Condé se prepara para ocupar a Presidência do país pela terceira vez após uma vitória de 59,5% dos votos.
Os protestos, no entanto, se intensificam no país da África Ocidental, de pouco mais de 12 milhões de habitantes. De acordo com a Anistia Internacional, as forças de segurança do país teriam disparado contra manifestantes durante protestos após as eleições. Há registro de dez mortes.
A oposição, no entanto, afirma que 27 pessoas morreram desde as eleições, realizadas no último dia 18. A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional ainda verifica o número, mas já afirmou que dezenas de pessoas podem ter sido mortas durante o período eleitoral.
Há evidências de que a polícia atirou em diversos manifestantes desarmados, à queima-roupa, durante protestos pacíficos. O governo também teria interrompido as redes de internet no país durante as ondas de violência.
Oposição rebate
Na terça (20), o principal adversário de Condé, Cellou Dalein Diallo, ameaçou inflar manifestações violentas contra o atual presidente depois de anunciar a própria vitória.
O então candidato afirma ter evidências de fraude e já afirmou que deve entrar com uma ação no Tribunal Constitucional.
No domingo (25), Cellou insistiu, em um vídeo no Twitter, que a oposição venceu as eleições. “Devemos fazer tudo para proteger e defender nossa vitória. Sem recuar!”, escreveu.
A violência foi protagonista em todo o processo eleitoral e desencadeou diversos protestos na Guiné. O país vive uma profunda divisão política desde que Condé manobrou a legislação para garantir uma candidatura ao terceiro mandato.
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