O histórico de violência nos períodos pré-eleitorais da Costa do Marfim se confirmou também em 2020. A menos de dez dias para o pleito, agendado para o dia 31, aumentam as perseguições e agressões intercomunitárias em todo o país.
Há registros de que o conflito aumentou desde que a oposição o atual presidente Alassane Ouattara, candidato à terceira reeleição, decidiu boicotar as eleições e rejeita negociação com o governo.
De acordo com o portal Yahoo! News, os governantes sugeriram, na quarta (21) uma possível reforma na Comissão Eleitoral do país. A mudança que a oposição afirmou que o órgão serve a Ouattara e prometeu desobediência civil contra o presidente.
Com a negativa dos oposicionistas, conflitos eclodiram em diversas regiões do país. Na cidade portuária de Dabou, próxima à Abidjan, sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas.
Segundo as autoridades locais, 20 pessoas foram mortas em conflitos desde agosto, quando Ouattara realizou uma manobra jurídica para a sua recandidatura após a morte do seu antecessor, Amadou Gon Coulibaly.
Quando Ouattara foi eleito presidente, em 2010, cerca de 3 mil pessoas morreram em conflitos pré-eleitorais. À época, o então chefe de Estado, Laurent Gbagbo, se recusou a aceitar a derrota no pleito.
Gbagbo foi impedido de concorrer neste ano. Ele é condenado a 20 anos de prisão pelo pelo saque de uma agência do Banco Central da África Ocidental, em 2010.
Na segunda (20), a Ecowas (Comunidade Econômica Regional dos Estados da África Ocidental) exortou os partidos da oposição a reconsiderarem o boicote às eleições.
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