Mesmo que o governo de El Salvador tenha se recusado a fornecer informações sobre o massacre de El Mozote, de 1981, a Suprema Corte do país deu respaldo constitucional para que o juiz Jorge Guzmán tenha acesso aos documentos sobre o caso.
A permissão veio no dia 12, poucas horas depois do juiz receber a segunda negativa do governo para a verificação dos arquivos militares, disse a CNN. Ainda não há previsão de quando o magistrado poderá acessar o material.
Cerca de mil pessoas – a maioria crianças – foram mortas pelo Exército do país em El Mozote, no nordeste do país, em dezembro de 1981. O magistrado quer esclarecer o que motivou o ataque à comunidade durante a Guerra Civil de El Salvador, encerrada apenas em 1992.
Em uma coletiva de imprensa no dia 24 de setembro, Bukele mostrou cinco pastas com papéis com o que disse ser “100% dos documentos” com relação ao massacre.
O material seria entregue ao Procurador-geral de El Salvador e ao Tribubal de Inquérito de San Francisco Gotera, que lidera a investigação.
Uma carta anexada no interior do processo, contudo, explica porque outros documentos estão “protegidos” pelo presidente, apontou a CNN, que teve acesso às decisões judiciais.
“O posicionamento institucional é invariável para os eventos que são objeto deste relatório e para qualquer outra fiscalização futura“, diz o documento assinado pelo secretário jurídico da presidência, Conan Castro.
As solicitações de documentos, segundo a carta, devem ocorrer através da Assembleia – com exceção dos “planos militares secretos”.
Em protesto, manifestantes acusaram o governo de El Salvador de obstruir a verdade da história. “Só conseguiremos a paz conhecendo a verdade. Abram os arquivos de El Mozote”, reivindicaram os manifestantes.
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