A negociação histórica sobre a disputada fronteira marítima entre o Líbano e Israel deve começar a partir do dia 10, informou o ministro de Energia israelense, Yuval Steinitz, à BBC.
Em fronteiras sobrepostas, os países podem ter no acordo a possibilidade de explorar campos de gás natural offshore. Em teoria, Beirute e Tel Aviv permanecem em guerra desde o conflito árabe-israelense, de 1949.
As discussões devem ocorrer na sede da Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano), na cidade costeira de Naqoura, no sul do país.
Com uma estrutura de negociação já determinada, a ONU (Organização das Nações Unidas) mediará o processo, informou o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, na quinta (1).
A tentativa em alcançar um acordo bilateral acontece depois de quase três anos do início da mediação dos Estados Unidos. “Negociaremos antes que os EUA imponha alguma sanção aos nossos políticos”, disse Berri.
Em profunda crise política e econômica, o Líbano se beneficiaria com o acordo. A partir de um entendimento, pode surgir uma nova fonte de receita na exportação de gás natural.
A fronteira entre Líbano e Israel é delimitada pela chamada Linha Azul. A ONU mediou o cessar-fogo e a demarcação depois que as forças israelenses deixaram o sul libanês em 2000, após 22 anos de ocupação.
Com conflitos entre o grupo islâmico xiita Hezbollah e o exército libanês contra as forças de Tel Aviv, a fronteira é uma das mais tensas do Oriente Médio.
Em 2006, uma guerra de um mês entre Israel e Hezbollah matou cerca de 1,2 mil libaneses e 163 israelenses. À época, a ONU mediou um cessar-fogo. A causa palestina é a questão central das disputas entre os dois países.
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