Subornos na Odebrecht, corrupção de jogadores e clubes de futebol e uma rede de lavagem de dinheiro na indústria do ouro latino-americano vieram à tona após a publicação das investigações do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na última segunda (21).
Os documentos vazados revelaram conduta passiva de autoridades com redes de corrupção em bancos de todo o mundo.
Os escândalos envolvendo a empreiteira brasileira Odebrecht atingiram países como República Dominicana e Colômbia. O esquema foi classificado ainda em 2016 pelo Departamento de Justiça dos EUA como “o maior caso de propina estrangeira da história”.
Um exemplo dos tentáculos da construtora é uma empresa offshore colombiana que pagou US$ 500 mil ao artista Fernando Botero. O figurativista foi incluído na investigação pelo pagamento a uma de suas peças, relatou a ONG Connectas.
Na República Dominicana, outra empresa offshore levantou suspeitas após transações no Standard Chartered Bank, na construção de uma usina termelétrica de carvão da Odebrecht no país.
A rede de corrupção no futebol que envolve a Conmebol (Confederação Sul-americana de Futebol) e a Femexfut (Federação Mexicana de Futebol) também consta nos arquivos.
Um relatório do Deutsche Bank de 2015 apresenta pagamentos suspeitos de María Clemencia Péres de Leoz, esposa do falecido presidente da Femexfut, Nicolás Leoz. Outros US$ 13 milhões em pagamentos suspeitos estão registrados na conta da instituição mexicana .
O astro do futebol argentino, Javier Mascherano, também está envolvido no escândalo. Os bancos sinalizaram US$ 1 milhão em transações suspeitas nas Ilhas Virgens Britânicas. A maior suspeita é a de sonegação fiscal.
Ouro e lavagem de dinheiro
No Peru, há investigações em curso por mineração ilegal e lavagem de dinheiro, com transações identificadas pelo JP Morgan Chase.
Na Colômbia, o famoso exportador de joias, CIJ Gutierrez, também foi exposto em contas suspeitas de lavagem de dinheiro. Há desconfiança de relação com tráfico de drogas e empresas de fachada ligadas a grupos paramilitares, informou uma reportagem da ONG Convoca.
O conhecido como “testa de ferro” do presidente venezuelano Nicolás Maduro, Alex Saab, também está envolvido em ações suspeitas, como revelam transações de 2016 do Banco Global do Comércio em Antígua.
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