O aumento das prisões aos oponentes do primeiro-ministro indiano Narendra Modi levanta questionamentos sobre se a crescente repressão no país indica uma ameaça de longo prazo à democracia do país, segundo o colunista Sumit Ganguly, da revista “Foreign Policy“, em análise do último dia 18.
Os ataques mais recentes são contra professores universitários e ativistas responsáveis por organizar protestos na capital da Índia, Nova Délhi, desde fevereiro. Esses manifestantes seriam líderes de uma “conspiração” para provocar motins inter-religiosos na cidade.
Entre os nomes desses supostos “conspiradores” estão Jayati Ghosh, professor de economia da Universidade Jawaharlal Nehru, o secretário-geral do Partido Comunista da Índia, Sitaram Yechur e o documentarista Rahul Roy.
Em sua maioria pacíficos, os protestos foram realizados para rebater a polêmica alternação na Lei da Cidadania Indiana, proposta por Modi.
A legislação permite que hindus, budistas, cristãos, jainistas e sikhs do Afeganistão, Bangladesh e Paquistão obtenham a cidadania indiana em um processo mais ágil. A lei, no entanto, não se aplica a muçulmanos ̶ medida visto como discriminatória pela população.
Há relatos de que grupos de hindus atacaram os manifestantes durante os protestos e levaram a violência às comunidades muçulmanas de Nova Délhi. Há acusações de que policiais vem recebendo orientações para não intervir no quebra-quebra.
Entre os hinduístas que participam da violência antimuçulmana estão filiados partido Bharatiya Janata, de Modi. A agremiação é conhecida pela plataforma conservadora, ligada a valores tradicionais da cultura indiana, com oposição à “ocidentalização” e ao aumento do número de muçulmanos no país.
“O abuso sistemático dos poderes policiais e judiciais, com a aparente benção do governo Modi, representa uma tendência perigosa que pode derrubar a democracia indiana”, escreveu Ganguly, especializado em estudos sobre a Índia.
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