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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Canadá começa a aceitar primeiros refugiados vindos de Hong Kong

O Canadá já formalizou os primeiros refugiados de Hong Kong, informou o jornal canadense “The Globe and Mail” nesta terça (6). O governo do país emitiu o primeiro aceite no dia 1º de setembro a um casal que veio do território.

No Canadá desde dezembro, o casal era ativo no movimento pró-democracia de Hong Kong. Ambos participaram dos protestos de rua de 2019, contrários à promulgação da lei que permite a extradição da cidade para a China continental.

Considerados “refugiados da Convenção [das Nações Unidas]”, os cidadãos foram aceitos após terem sofrido perseguição com base em opinião política.

Canadá formaliza primeiros refugiados de Hong Kong
Fotografia flagra combate entre forças policiais de Hong Kong e manifestantes pró-democracia em Sheung Wan, julho de 2019 (Foto: CreativeCommons/Studio Incendo)

Desde o início do ano, cerca de 50 cidadãos de Hong Kong pediram asilo no país. Denúncias de assédio e violência policial são comuns ao grupo. Agora, há expectativa de que o Canadá receba outros ativistas, disse o advogado de imigração Richard Kurland. “Esses são só os primeiros”, apontou.

O segundo maior país do mundo é reconhecido por aceitar cidadãos de outros países para aumentar sua população e mão de obra disponível. De acordo com a mídia estatal, em 2015 o Canadá possuía 3,5 habitantes por quilômetro quadrado. Nos EUA, 29,1 pessoas dividem o mesmo espaço.

“O Canadá precisa fazer mais”

Mesmo que após a transferência de Hong Kong à China, em 1997, a cidade ainda mantém a estrutura institucional inglesa. O sistema, no entanto, está em descrédito e gera desconfiança do Ocidente.

“Não há alternativa e não se pode confiar na estrutura judicial de Hong Kong para proteção”, disse Kurland.

Assim, o Canadá – que mantém uma posição histórica de isenção e não envolvimento em conflitos – sofre pressão para “fazer mais” pelos refugiados que chegam de Hong Kong. “Processar um punhado de pedidos de asilo não é compatível com a crise que se desenrola lá”, disse o crítico Michael Chong.

Segundo Chong, Ottawa deve trabalhar com os aliados, como a Grã-Bretanha, para admitir a fuga dos cidadãos do território.

A vinda dos cidadãos ao país também é estratégica. “Eles enriquecerão o Canadá, pois são altamente qualificados e, em consequência, nos proporcionariam imensos benefícios econômicos”, pontuou.

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