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segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Jornalista russo gera revolta ao dizer que crianças ucranianas deveriam ser mortas

O jornalista Anton Kuznetsov-Krasovsky, apresentador da emissora estatal russa RT, foi suspenso das atividades profissionais após afirmar durante uma transmissão ao vivo que as crianças ucranianas deveriam ser mortas caso enxergassem os russos como ocupantes da Ucrânia. As informações são do jornal independente The Moscow Times.

Anton Krasovsky, jornalista russo (Foto: reprodução/VK)

Krasovsky, que é também um ativista pró-guerra e atualmente sob sanção da União Europeia (UE), disse que as crianças deveriam ser “jogadas diretamente em um rio com uma corrente forte” ou “queimadas em uma cabana”. Ele se manifestou após o escritor russo Sergei Lukyanenko relatar um encontro na década de 1980 com menores ucranianos que tratavam os soviéticos como “ocupantes” de seu país.

Após a manifestação, a editora-chefe Margarita Simonyan, que como Krasovsky é notória apoiadora do presidente Vladimir Putin, anunciou pelo Twitter a suspensão dele. “Por enquanto, estou interrompendo nossa colaboração, pois nem eu nem o resto da equipe do RT podemos pensar que qualquer um de nós é capaz de compartilhar uma ideia assim. Estou confusa quanto ao que dizer”, disse ela.

Um vídeo que incluía a manifestação do jornalista chegou a ser publicado nas redes sociais da RT, que posteriormente o excluiu. Nas imagens, ele também ri diante de relatos de idosas ucranianas estupradas por soldados russos. Posteriormente, Krasovsky se desculpou argumentando que “se empolgou no ar”.

“Peço desculpas a todos que ficaram chocados com isso. Peço desculpas a Margarita, a todos para quem isso pareci selvagem, impensável e insuperável. Espero que vocês me perdoem”, disse ele na rede social russa VK.

As palavras do jornalista levaram a uma manifestação de repúdio do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba. Ele cobrou a proibição das transmissões da RT em todo o mundo e pediu que o jornalista seja julgado e punido, alegando que “incitar o genocídio não tem nada a ver como liberdade de expressão”.

Genocídio

Em agosto, o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano) iniciou uma investigação contra Krasovsky por conta de declarações dadas por ele na internet e na televisão em que pedia o genocídio dos ucranianos.

Ele é acusado de usar todas as plataformas de mídia disponíveis para fazer repetidos apelos públicos pela morte de ucranianos e pela derrubada da ordem constitucional na nação invadida pelas forças russas. Os serviços ucranianos alegam que coletaram inúmeras evidências para incriminá-lo.

Entre o material reunido, há provas de que Krasovsky afirmou rejeitar a existência da Ucrânia como um Estado independente e soberano, propondo que a população do país vizinho fosse eliminada.

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