A ONU (Organização das Nações Unidas) alertou na quarta (7) sobre um aumento do “incentivo à violência” no período eleitoral na Guiné. O país, localizado na África Ocidental, deve escolher novos representantes no próximo domingo (18).
A Guiné vive uma profunda divisão política desde que o presidente, Alpha Condé, manobrou a legislação para garantir uma candidatura ao terceiro mandato. Ele concorrerá contra outros 11 candidatos.
“Há sérios indícios para um aumento da intolerância, o que abre margem para confrontos diretos”, alertou Michelle Bachelet, a alta comissária da ONU para direitos humanos.
A conselheira interina, Pramila Patten, pediu aos líderes políticos e, sobretudo ao candidatos em campanha, que evitem discussões sobre afiliações partidárias a fim de reduzir a tensão.
A brutalidade em períodos eleitorais marca a história do país africano, independente da França desde 1958. Em 2009, por exemplo, 109 mulheres e meninas foram estupradas por sua filiação ou relação política.
Com o uso excessivo da força nas manifestações de outubro de 2019 e março de 2020, a Guiné ainda não apresentou nenhuma investigação sobre os casos de violência e dezenas de mortes à ONU. Há suspeita de que Condé tenha incitado as manifestações.
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