A visita do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, à Argélia, na última quinta (1), pode representar um avanço das tropas norte-americanas nos conflitos da região do Sahel, na África.
Esper foi ao país para conversar com o presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune. Na pauta, devastação da Líbia por conta da guerra civil e as ameaças de grupos extremistas islâmicos ao sul do deserto do Saara.
A Argélia planeja um “papel militar mais ativo” contra os terroristas para além das fronteiras do país, reportou a Reuters.
Sem dar detalhes, Tebboune afirmou em uma nota que EUA e Argélia manterão “diálogo” sobre a Líbia e a região do Sahel. As duas partes disseram que concordaram em “manter a cooperação e coordenação”.
No Pentágono, Esper disse que apoia a expansão das relações militares com o país africano. “Os dois líderes discutiram a segurança em todo o norte da África e no Sahel”, disse um comunicado. Novas maneiras de “fazer avançar” a parceria “militar e diplomática estratégica” também foram discutidas na reunião.
Em julho, os EUA já haviam manifestado “preocupação” com os conflitos na região e ameaçaram cortar a assistência ao local por violação aos direitos humanos. A região do Sahel é formada por Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger.
Líbia e Mali
Uma fonte argelina falou à Reuters que as negociações entre EUA e Argélia devem se concentrar na Líbia e no Mali.
Com a derrubada de Muammar Gaddafi e o recente golpe contra governo malinês, os dois países vivem forte ameaça de aumento insurgência islâmica extremista.
“A Argélia tem influência no Mali e os norte-americanos entenderam que a intervenção militar francesa não coibiu o terrorismo”, disse a fonte. Os bons laços com personalidades da Líbia também um fator-chave às negociações da Argélia com o país.
A visita de Esper é a primeira dos EUA no país africano nos últimos 14 anos.
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